Hallo (Oi em alemão)
Hoje o dia foi longo. Deixamos o hotel por volta de 9h20min e voltamos perto das 21h. E além de todos os pontos marcados para visitarmos, fomos parar num lugar inusitado, onde ninguém gostaria de ir: na delegacia.
Mas vamos começar do começo. O café da manhã no hotel é simples. Um copo de suco, café, leite e pães. Manteiga, margarina e geleia. Tudo isso por 4 €. Pagando 6 € parece que tem algo a mais, como presunto, queijo etc.
Nossa primeira parada foi no Mercado de Viena (Naschmarkt). No Brasil chamaríamos de feira de rua. Uma grande feira de rua. A variedade de itens lá é enorme. Tem alguns restaurantes também. Havia um pessoal degustando alguns petiscos acompanhados de vinho, e ainda eram 10h da manhã.
Vimos que assim como em Budapeste, há muitas ciclovias e bondes elétricos por aqui.
Depois seguimos para a próxima parada: a galeria e os jardins de Belvedere (Belvederegarten). Do hotel até lá foi uma caminhada um pouco longa. No caminho passamos pelo Resselpark, onde está a Karlskirche (igreja de São Carlos) e encontramos uma grande praça (Schwarzenbergplatz) com uma bonita fonte ao centro, e um monumento homenageando algo sobre o exército. Subindo a rua Prinz-Eugen-Strasse, vimos um prédio com a bandeira do Brasil. Seria a embaixada? Havia outros prédios com bandeiras de outros países nesta mesma rua.
Já no Belvedere, optamos por não entrar na Galeria (Österreichische Galerie Belvedere), ficamos apenas fotografando os jardins e as fontes, e o prédio da Galeria.
Ficamos uns quarenta minutos por lá. Os jardins não estavam tão floridos, provavelmente pela época do ano (outono). Mas valeu a visita. Tiramos muitas fotos.
Saímos de lá e pegamos a mesma rua para chegar ao próximo ponto, a Wiener Staatsoper, ou simplesmente a Ópera de Viena.
Quase em frente àquele prédio com a bandeira do Brasil, um rapaz com um mapa na mão nos perguntou onde ficava o Belvedere. Dissemos que ele estava perto, bastavam poucos passos rua acima. Foi quando chegaram dois senhores mostrando uma identificação policial e pedindo os passaportes de nós três. Mostramos os documentos e eles começaram a falar sobre tráfico de drogas, batedores de carteira, dinheiro falso etc. Perguntaram se estávamos com muito dinheiro e pediram para ver.
Nós três mostramos, eles pegaram o dinheiro e devolveram rapidamente. E rápido também foram para subtrair algumas notas sem percebermos. Agora, escrevendo o blog, eu penso: como fui idiota. Que policial no mundo pede pra ver seu dinheiro? Recomendaram-nos cuidado, se despediram e saíram. O outro rapaz, o falso turista perdido (pois tenho certeza que ele era comparsa dos outros dois) continuou perguntando informações turísticas e depois foi embora. Na mesma hora conferimos o dinheiro e vimos que estavam faltando alguns euros.
Tudo aconteceu muito rápido. O falso policial não parava de falar, gesticular, tudo para nos distrair. A gente se preocupa com batedores de carteira, em não deixar a mochila vulnerável etc, mas se esquece que existem esse e outros tipos de golpes. E como a gente não está esperando este tipo de interpelação, acaba caindo que nem patinho.
Mas tem outra questão: e se eu tivesse percebido o golpe e não tivesse mostrado o dinheiro, ou se dissesse que não tinha? A abordagem poderia ter se tornado violenta, ou poderiam ter nos revistado e levado mais do que levaram, como cartões de crédito e débito (VTM). Talvez a luz do dia impedisse alguma ação deste tipo, não sei. Prefiro pensar que nossa atitude foi a mais correta. Nossa integridade em primeiro lugar.
Quando a viagem é independente nós estamos sujeitos a essas situações. Pedir e dar informações turísticas é muito comum. Nem todo mundo se vira bem com mapas. Mas de agora em diante nada de parar para estranhos. Paciência.
Dona patroa ficou possessa. Acho que está com raiva até agora. Mas de quê adianta? O que importa mesmo é que estamos bem.
Um pouco desanimados com o ocorrido, seguimos para a Ópera e tiramos algumas fotos externas, depois fotografamos o Museu Albertina e a Biblioteca Nacional (Österreichische Nationalbibliothek). Logo após adentramos na Maria-Theresien-Platz, onde está o Kunsthistorisches Museum, o Naturhistoriches Museum e do outro lado da rua o chamado MuseumsQuartier, um quarteirão com vários museus. Atrás da Biblioteca Nacional está a praça Heldenplatz, o Hofburg e o Ephesos Museum.
Seguindo para o Parlamento através da Rua Burgring encontramos um policial, desta vez verdadeiro, fardado, e perguntamos onde havia uma delegacia para relatarmos o ocorrido. Ficava do outro lado da praça onde nós estávamos, a Grete-Rehor-Park. Entramos para prestar queixa. Não iria trazer nosso dinheiro de volta, mas achamos importante relatar o ocorrido, para que as autoridades saibam sobre o golpe.
Para nossa surpresaou não, o policial disse que isso é muito comum. Então porque não há policiais pelas ruas de Viena? Não vimos um sequer! Acho que ficamos na delegacia por mais de uma hora, contando o que aconteceu, fazendo a descrição das pessoas envolvidas, e até olhando um banco de dados com fotos de golpistas/batedores de carteira. Os policiais foram atenciosos e registraram nosso B.O., bem diferente de alguns relatos que vi em outros blogs onde o turista foi ignorado pela polícia.
Ao final, um dos policiais disse que esse tipo de golpe só ocorre com turistas, pois um cidadão de Viena nunca acreditaria num policial à paisana. Isso é óbvio!
O melhor mesmo é tentar se misturar, se passar por um nativo. Difícil é fazer isso carregando um mapa e uma máquina fotográfica.
Já passava das 15h e estávamos com fome. Tiramos algumas fotos do Parlamento e seguimos pela Universitätsring parando no primeiro McDonalds que encontramos, perto da VotivKirche, uma catedral gótica com uma praça gramada em frente (Sigmund-Freud-Park), onde as pessoas ficam relaxando.
De lá seguimos para a Prefeitura (Rathaus – um prédio enorme e suntuoso, em frente ao parque Rathauspark) e depois para a Catedral de Viena (Santo Estevão – Stephansdom), atravessando o Volksgarten. Antes de chegar na catedral passamos por um prédio com muitos turistas em frente dele, mas não conseguimos identifica-lo no mapa, e seguindo pela Schauflergassee chegamos até a Praça Michaelerplatz onde havia uma escavação arqueológica mostrando como era Viena em tempos passados.
Nesta praça existem muitas carruagens estacionadas, então o cheiro não é tão agradável. Para chegar na Catedral, passamos pela Grabenstraße, rua repleta de lojas, muitas delas de grifes famosas.
Para entrar na catedral não é necessário pagar nada. Ainda bem, pois ela é mais bonita por fora. Vimos alguns turistas no topo da torre. Provavelmente para chegar até lá tenha algum custo. Mas não estávamos a fim de subir tantos degraus assim, então nem vimos por onde sobe e nem quanto custa. Dona patroa ainda estava chateada, e o passeio ficou meio sem graça, sem empolgação. Ela não estava se divertindo.
Vimos muitas pessoas usando patinetes por aqui. Crianças e adultos.
Próxima parada: a Roda Gigante de Viena (Wiener Riesenrad). Ela fica em um parque de diversões, perto da estação Praterstern do metrô (linhas U1 e U2). Foi uma caminhada e tanto até chegar lá. Já pertinho do parque, vimos algumas crianças cantando o rit de Michel Teló “ai se eu te pego”. Em Budapeste também, lembram? Minha irmã diria “o que é ruim espalha rápido”.. hehehe.
No parque parecia estar havendo uma festa típica, pois havia muita música, pessoas com trajes típicos, comida e bebida. Seguimos para a bilheteria e compramos nossos ingressos para a roda gigante por 9 € cada.
Cada cabine da roda gigante leva em torno de quinze pessoas, e há cabines para jantar romântico (a dois) e outras reservadas para algum evento em grupo seleto.
Do alto da roda gigante é possível ver quase toda a cidade. Legal mesmo é ver o parque de diversões por cima. E subimos numa hora boa, pois estava anoitecendo e as luzes estavam acesas. O giro completo demora cerca de quinze minutos.
Ao descermos, dona patroa lembrou que ainda tínhamos que comprar uma garrafa de água, e já era quase 19h. Perto do hotel tem uns duzentos alguns mercados, mas pelo que me lembro todos eles funcionam somente até as 19h30min (aos sábados até 18h).
Pegamos o metrô na estação Praterstern e voltamos para o hotel. Passamos em frente aos vários mercados e todos eles já estavam fechados. Tinha uma vendinha aberta, mas não havia água sem gás. Foi quando me lembrei de um mercadinho que vi pela manhã na Gumpendorfer Straβe, perto da Grabnerg Straβe, que funcionava até as 21h. Na mosca! Estava aberto. Compramos uma garrafa de 1,5L (tampa verde claro é sem gás, mas acho que depende a marca) e ai sim pegamos o caminho de volta ao hotel.
Meu estômago resolveu se fazer presente, então parei para comprar um Kebab Sandwich. Não havia muitas opções de restaurante por ali. Meio confuso o rapaz na hora de cobrar pelo lanche. Um cliente teve que me ajudar a entender o que ele estava tentando dizer. Ele queria fazer e cobrar por dois lanches, mas só pedimos um. Por fim, custou 2,5 €.
Já no quarto, banho e cama, descansar para o dia de amanhã.
Poxa, muito chato isso do roubo.
Eu ouvi falar desse golpe na russia, mas na Austria eh a 1a vez.
Na verdade quem esta lendo deve pensar “eu nao cairia nesse golpe” mas fica facil depois que le e nao estamos vivendo a situacao. Sozinhos, em um pais estranho, sem conhecer as regras da policia do pais… eh isso, vao-se os aneis e fica a licao.
Tudo eh aprendizado.
Infelizmente foi com vcs, mas o seu relato vai ajudar muita gente a nao cair no golpe.
Muito bonitas as fotos, parabens.
R.M.
In God we trust!
Pois é.
Como você sabe, nossos textos são escritos no dia dos acontecimentos, e revisados na hora da postagem. Ainda hoje, mais de um mês do ocorrido, ainda bate uma sensação de que poderíamos ter agido diferente.
O negócio é tentar evitar o primeiro ato do golpe, ou seja, parar para dar informações. Mas se tívessos ignorado o falso turista perdido, será que teríamos escapado? Não sei.
Ainda prefiro acreditar que fizemos o certo.
Você bem disse, foram os anéis e ficou a lição.
Abraço!
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Acabamos de passar pelo mesmo golpe. Ao passar pela Galeria em frente ao Hotel Imperial, um homem me pediu para tirar algumas fotos suas. Enquanto tirava fotos, dois homens vestido de jeans e azul chegaram, mostraram rapidamente a carteira de policial e pediram para mostrar os passaportes e o dinheiro da carteira. Mas estavamos com uma copia do passaporte, e eles não se interessaram muito! Pediram então para o meu marido mostrar o dinheiro da carteira. Porém meu marido os chamou para entrar na Galeria. Então disseram que estava tudo bem e que a gente podia ir.