16/12/2007.
Meia-noite e nove minutosPassada a meia-noite, a dona patroa acordou. Talvez por causa do barulho de nossos companheiros de aeroporto. Estávamos com um pouco de fome. Fui até o restaurante… fechado. Achei que ele fosse 24 horas. Dei “um role” por ai, procurando alguma coisa aberta. Não achei nada.
Não lembro se já comentei, mas por aqui não existem bebedouros como encontramos nas rodoviárias e aeroportos do Brasil. Se estiver com sede, ou compra água ou fica com sede. Mas não havia nada aberto. Nem os banheiros!!! Verifiquei que nem as portas do aeroporto estão abertas. Estamos trancados aqui dentro.
Decidimos ir até o primeiro piso para ver se tem alguma coisa aberta, principalmente o banheiro. Somente um elevador estava ligado, e descemos por ele, uma vez que estávamos carregando as malas. Há um local para guardar a bagagem, mas como não sabemos se ele abre nates de nosso embarque, preferimos ficar com elas.
No andar de baixo, tudo fechado também, exceto o banheiro. Nesse piso é o desembarque. Estava mais movimentado. Depois de usarmos o banheiro, resolvemos voltar para o piso superior, que estava mais calmo para dormir. Entramos no elevador, apertamos o botão do andar, e faltando uns 20cm para nivelar com o andar, o elevador parou.
0:40h. Estamos presos no elavador. Legal né. Ainda bem que nosso vôo é só as 6:30h. Temos tempo de alguém vir ajudar-nos.
Tentamos em vão abrir a porta. Apertamos o botão de emergência, na esperança de ter alguém de plantão no aeroporto, já que tudo estava fechado. Após uns 10 minutos (que pareceram 1 hora), chegou uma pessoa e pediu que aguardássemos pelo eletricista, que já estava vindo. Coisa de 10 minutos.
Passados 25 minutos, ouvi um “bla bla bla” do lado de fora. O rapaz nos avisa que o elevador voltará para o piso inferior, onde a porta será aberta.
Pronto! Estamos livres.
Agradecemos o pessoal da manutenção e voltamos ao piso superior pelas escadas. Pois é, se tinha apenas um elevador funcionando, agora não tem mais.
Caramba, não tem nada aberto até as 6h da manhã. Podia pelo menos ter alguma máquina self-service de água, refrigerante etc. Até as estações de trem mais simples possuem essas máquinas.
Eu estava desassossegado, e fui dar uma volta. Achei as máquinas self-service!!! Estão super escondidas, sem nenhuma placa indicativa. Comprei uma garrafa de água e um lanche.
São 2:15h. Estou preocupado com a informação que aparece nos monitores com os horários de embarque. Há indicação de que o check in é iniciado as 6:30h, justamente o horário de nosso vôo. Acredito que o pessoal da TAP chegará antes para providenciar nosso embarque.
Agora são 4h, e o aeroporto está sendo reaberto. Caraca! O que entrou de gente! Todos foram diretamente para a área de check in, formando as primeiras filas. Ainda bem que a gente já estava lá, pois os monitores do balcão da TAP já estavam ligados, e imaginamos que logo começaria o check in.
Após 1 hora e 15 minutos de fila, conseguimos fazer o check in, despachar as bagagens e dirigir-nos para o setor de embarque. Com tudo reaberto, aproveitamos para comer um briosh na lanchonete da sala de embarque.
Fomos para a aeronave num ônibus esquisito, quadradão. Havia volantes na dianteira e traseira, possibilitando a mudança de direção sem manobra.
O vôo saiu com 15 minutos de “ritardo” (atraso). Normal. Após 2:45h de vôo, chegamos em Portugal, desta vez Lisboa. Novamente a tripulação originalmente lusitana, falava o Português, mas a gente ainda agradecia em italiano. Acho que é por conta do fuso-horário.. rsrs.
Tomamos café da manhã a bordo.
Próximo das 9h desembarcamos em Lisboa/POR, e vimos no monitor do saguão que havia um vôo para São Paulo/BRA as 9:35h. Pensei em tentar antecipação, mas de nada adiantaria, pois nossa bagagem estava no vôo das 11:20h. O jeito era esperar mesmo.
Passamos novamente por um controle de passaporte, e fomos para o setor de embarque. Bonito o aeroporto de Lisboa. Só achei ruim que o pessoal fuma em qualquer lugar, não se limitam às áreas reservadas.
Andamos um pouco para matar o tempo, comemos alguma coisinha e fomos para o embarque. Dessa vez o vôo atrasou 40 minutos, o que me fez pensar que perderíamos o ônibus de São Paulo para Campinas, que sairia as 20:30h.
Enquanto aguardávamos para entrar no avião, conhecemos um brasileiro que vive em Lisboa há 8 anos. Ele nos disse que os brasileiros não são bem vistos por lá, pois a maioria que vai para lá é aventureira, quer dinheiro fácil e não leva o trabalho a sério, e o povo local acaba generalizando. Disse também que uma casa com dois quartos, sala e cozinha custa uns 200 mil Euros. Caraca!
O vôo estava lotado! Bem diferente do nosso vôo de ida GRU-OPO (Guarulhos – Porto). A aeronave era um modelo mais novo. As TVS situadas nos encostos das poltronas possuíam maior opção de canais, jogos etc.
Após o almoço, eu “capotei”, pois tinha ficado acordado a noite toda praticamente. A dona patroa não conseguiu dormir: dor de estômago, dor de cabeça, dor nos joelhos. É muito tempo de vôo, chega uma hora que a gente num tem mais posição para ficar sentado, e o jeito é ficar em pé. Se o vôo estivesse vazio, até daria pra deitar usando várias poltronas, como foi feito no vôo de ida.
O lanche da tarde não estava tão bom quanto o almoço, onde foi servido carne. Parecia uma polenta, com queijo, ovos, não sei. A dona patroa como não estava legal, deu só umas beliscadas.
A gente contava os minutos para chegar ao Brasil, o que ocorreu às 20h, horário de Brasília.
Beleza! Pousamos!
Até desembarcar, passar pela alfândega, esperar a bagagem…. 20:45h. Como eu previ, perdemos o ônibus das 20:30h. O jeito era aguardar o próximo, das 22h. Liguei para minha irmã, que nos buscaria em Campinas, pra avisar o novo horário de chegada.
Tiramos algumas fotos no aeroporto já enfeitado para o Natal. Fomos ao banheiro e, pasmem, tomamos água de graça, no bebedouro!! rsrs
Quando entramos no ônibus, a dona patroa conseguiu dormir um pouco. Chegamos em Campinas as 23:40h, e logo depois a minha irmã chegou.
A gente estava super cansado, mas no caminho de casa a gente queria resumir os 16 dias de viagem. Foi só falação. A gente não via a hora de chegar em casa, tomar um banho e deitar na cama, mas quando minha mãe disse que tinha uma janta nos esperando, com arroz e feijão, na casa dela, decidimos retardar um pouco nossa chegada em casa. Faremos um “pit stop” para o rango, as 0:30h. Hummmm, que delícia.
Quando chegamos em casa, foi o tempo de tomar um banho para depois cair na cama. Lar, doce lar.
Depois de 41 horas, podemos dizer que dormimos.
A viagem foi fantástica! Faria tudo de novo, inclusive passar a noite no aeroporto e ficar preso no elevador.
Tá bom,… sem a parte do elevador.
Agora é planejar as próximas aventuras !