Férias 2017: Parque Provincial Aconcagua (02/10).
Após o café da manhã no hotel, aguardamos na recepção pela equipe da agência Kahuak, onde contratamos os passeios da semana.
Essa agência conhecemos através de um blog (infelizmente não lembramos qual, para fazer o link), e acessando o site deles vimos que possuem opções para todos os gostos.
Experiência Aconcágua é um mini trekking no Parque Provincial Aconcágua, que compreende uma caminhada de baixa dificuldade desde o Centro de Visitantes até um mirante, de onde podemos admirar o pico mais alto da América que dá nome ao Parque.
O Parque Aconcágua está distante do centro de Mendoza cerca de 190km, aproximadamente 2h30 de viagem, sendo possível admirar a Cordilheira dos Andes e a pré cordilheira durante quase todo o trajeto.
Pré Cordilheira é o nome dado às formações mais baixas da Cordilheira dos Andes, identificado na foto pela cadeia montanhosa mais escura e sem neve.
Para este mini-trekking no Aconcágua não é necessário contratar uma agência ou guia. Você pode chegar ao parque com carro alugado ou contratar um Remis. As vantagens em contratar uma agência são as informações que você obtém durante o passeio, e maior agilidade ao passar pelo posto de fronteira (Control Integrado Horcones) – visto que a estrada onde se encontra o parque faz a ligação entre a Argentina e o Chile – além de lanche, café e outras paradas pelo caminho.
No horário combinado, ou um pouco depois, a van encostou para nos buscar, e a guia Celeste nos recepcionou e embarcamos. Passamos ainda em outros hotéis, fechando o grupo em nove pessoas, sendo duas australianas e o restante brasileiros.
Seguimos pela Rodovia Nacional 40 (RN40) até passarmos pela região vinícola de Luján de Cuyo, onde pegamos a RN 7.
Nossa primeira parada foi na Represa de Potrerillos, no Rio Mendoza. Ali, além de admirar o espelho d’água que tem como cenário as montanhas do Cordón del Plata, foi servido café e chá bem quentinho com um bolinho salgado.
O local também é palco para turismo náutico.
Seguimos viagem margeando o Rio Mendoza até chegarmos na Vila de Uspallata, onde paramos para quem quisesse usar o banheiro e comprar alguma coisa para comer no comércio local. Ali seria a última parada até chegarmos ao parque (mais 70km aproximadamente).
Já quase chegando ao parque a Celeste nos mostrou o que seria um Centro de Esqui. Na realidade é um centro de esqui, chamado Los Penitentes, mas devido à baixa quantidade de neve que caiu neste inverno, o centro estava fechado.
O céu azulado foi ficando para trás à medida que nos aproximávamos ao Parque Aconcágua, e nublou completamente quando chegamos ao Centro de Visitantes.
Ao descermos da van para ingressar ao Centro de Visitantes e comprar o ingresso, percebemos que além de nublado está muito frio! E ventando bastante também.
Abrindo um parêntese, o único “pecado” da agência com relação ao passeio, foi não ter avisado para levarmos roupas de frio. Setembro ainda é inverno, estávamos numa altitude de 2.950 metros acima do nível do mar, pertinho da Cordilheira dos Andes e com o local cheio de neve. Estava bem frio!
Tudo bem que todos esses fatores eram sabidos desde o início, mas nem nos passou pela cabeça a necessidade de agasalhos. Já havíamos relacionado Mendoza com vinhos, azeites e clima de deserto.
E pelo que pudemos perceber, ninguém do grupo se ligou nesse “detalhe”, pois todos estavam despreparados para o frio.
Então fica a dica: ao contratar esse passeio no Parque Aconcágua, questione a agência se na época em que você irá será necessário levar agasalho.
Eu já estava vestido com a minha camiseta manga longa comprada no Carrefour, e outra de manga curta por cima. Coloquei o moletom e um boné e pronto. Dona patroa também estava com duas camisetas e um moletom com gorro. Amarrou um lenço no pescoço e conseguiu com a nossa guia Celeste um par de luvas sobressalentes.
E lá fomos nós encarar o mini trekking. São apenas 2.1km de caminhada até o mirante, e mais ou menos metade do caminho sobre uma pista de cimento. Depois é pela terra, ou melhor, pela neve. Mas não estava tão espessa, ao ponto de atolar o pé. As duas australianas ficaram na van, e uma moça de Campinas voltou após alguns metros.
Passamos pela Laguna Espejo, completamente congelada. Nunca tinha visto aquilo. Bem interessante.
Durante o caminho até o mirante, a guia vai nos passando informações sobre o relevo da região, formação da cordilheira, dos rios etc.
Infelizmente, ao chegarmos ao mirante não foi possível ver o Aconcágua. Estava todo encoberto pela nebulosidade.
Ficamos ali conversando um pouco e, apesar do frio, decidimos fazer nosso lanche ali mesmo, ao invés de esperar a volta até a van. O kit lanche da agência é bem farto, com um big sanduíche, salada, biscoito, fruta e uma tortinha.
De volta ao nosso transporte, deixamos o parque e pegamos a estrada retornando para Mendoza, fazendo uma parada numa vilazinha cheia de história chamada Puente del Inca (Ponte Inca).
O nome do local é devido a uma ponte natural existente ali.
O rio que corre por baixo da ponte é de água termal. Diz a lenda que um chefe Inca levou seu filho para banhar-se nessas águas, para curar uma paralisia, e os soldados formaram uma ponte humana para o chefe passar, e ele, ao olhar para trás, viu que os soldados foram petrificados, formando a ponte.
Geologicamente, é uma ponte natural formada por sedimentos de rochas.
Ao lado da ponte encontram-se as ruínas de um hotel, que hospedava as pessoas que ali chegavam para se tratar nas águas termais. O hotel foi destruído por uma avalanche no ano de 1965.
Outra curiosidade no local é que a avalanche destruiu tudo ali, exceto uma igrejinha, que se encontra de pé até hoje.
Existem ali algumas bancas de artesanato, um hotel e algumas lanchonetes. Aproveitamos para comprar um chocolate quente, que para ser feito demorou mais do que nosso trekking no Parque Aconcágua.
O retorno até Mendoza é sem paradas. Chegamos ao hotel por volta de 17:30h, mas poderia ter sido mais tarde, pois havia uma imensa fila de controle lá no posto de fronteira. Ônibus, carros e caminhões eram parados para verificação. Com a nossa van, o guarda conversou com o motorista, abriu a porta traseira da van, e só.
À noite nem saímos para jantar, pois ainda tínhamos metade do kit lanche, e como não havia frigobar no quarto… Apenas fomos até o Carrefour para comprar suco e bolachinhas doces.