Sábado, 14/03/2020 – Férias na Argentina.
Assim como os demais dias em Ushuaia, nosso último dia na Terra do Fogo amanheceu nublado e chuviscando.
O passeio que encerrou nossas aventuras no Fim do Mundo foi um trekking no Parque Nacional Terra do Fogo, que fica bem na fronteira com o Chile.
Para realização deste passeio não é necessário contratar nenhuma agência de turismo, a menos que você queira conhecer vários pontos dentro do Parque deslocando-se de van. As agências vendem passeios com essa finalidade.
Conforme contamos anteriormente, contratamos o transfer para o Parque com a agência Cumelen Tours, pois assim uma van nos buscaria no hotel e nos deixaria no guichê turístico (Av. Maipu), de onde parte o passeio, sem nenhum custo adicional.
E assim foi: a van nos buscou no hostal às 8:50h (ainda recebemos um mapa do Parque com os horários de retorno) e nos deixou no terminal, onde trocamos de van e seguimos para o Parque Nacional às 9h.
Por volta das 9:20h chegamos na Estação do Trem do Fim do Mundo, onde algumas pessoas desceram para fazer o passeio.
O Trem do Fim do Mundo é uma locomotiva do tipo “Maria Fumaça”, que percorre 7km da antiga ferrovia de Ushuaia que era utilizada para levar os presos para cortarem lenha para o aquecimento das casas da cidade.
O ponto final do passeio de trem é no Parque Nacional Terra do Fogo e seu atrativo maior é curtir as paisagens pelo caminho, durante 1h de trajeto. Uma vez no Parque Nacional você pode curtir as trilhas e paisagens e retornar ao final do dia.
Para voltar até a Estação, pode ser no próprio trem ou de van. A opção deve ser informada na compra do bilhete.
Optamos por não fazê-lo.
Uns dez minutos depois chegamos ao guichê do Parque Nacional para a compra dos ingressos (apenas em pesos argentinos). Recebemos outro mapa e um guia explicativo, todo em português, contendo a indicação das trilhas, níveis de dificuldade etc.
Retornamos para a van e seguimos até o estacionamento da Enseada Zaratiegui, onde começa o trekking da Senda Costanera, por volta de 9:40h.
Ali também se encontra o guichê do Correo del Fin del Mundo, onde temos a possibilidade de ganhar um carimbo em nosso passaporte ou até mesmo mandar um postal para alguém.
Em março de 2020 o carimbo custava 200 pesos argentinos ou 3 dólares.
Tiramos algumas fotos ali e pontualmente às 10h, debaixo de uma garoa fininha e já vestidos com nossas capas de chuva, iniciamos a trilha Senda Costeira, considerada a trilha mais difícil do Parque Nacional da Terra do Fogo.
Senda Costanera
São 8km de trilha por entre os bosques exóticos da Patagônia, amassando barro e subindo e descendo morros, serpenteando o Canal Beagle até o Centro de Visitantes Alakush.
O restaurante do parque fica no Centro de Visitantes. Então, independente de qual trilha ou passeio você vai fazer, é importante levar bastante água e algo para comer durante o dia.
A trilha é bem sinalizada, com estrutura de apoio em locais estratégicos, como escadas e plataformas de madeira nos locais de mais difícil acesso.
A paisagem, então, nem se fala. A visão do Canal Beagle dos vários mirantes pelo caminho, a cordilheira chilena ao fundo, são surpreendentes.
Na postagem anterior eu citei que meu joelho reclamou após o trekking na Laguna Esmeralda, quando saímos para jantar. Hoje, lá pelo Km 2 da trilha, ele voltou a doer, exigindo algumas paradas para descanso.
Por volta das 11:45h chegamos na metade da Senda Costanera.
Os últimos 4km da trilha foram mais puxados, pois precisei fazer mais paradas e as vezes andava “puxando” a perna. Creio que foi pelo uso da bota alugada no dia anterior, que não estava firme suficiente no pé, criando tensão no joelho.
Mas as paisagens pelo caminho faziam a dor ficar despercebida (mentira, continuava sentindo rsrs).
Na reta final da trilha tem uma subida constante, de uns dez minutos, e depois vem um “sobe e desce” em paralelo a estrada.
Às 14:05 chegamos ao final da Senda Costanera, e após mais uma caminhadinha, alcançamos o Centro de Visitantes Alakush.
No restaurante havia a opção de almoçarmos ou comermos um lanche. Optamos por dois tostados mais chocolate quente grande.
Baia Lapataia
Ainda havia um último lugar que eu tinha pontuado para conhecermos: a Baia Lapataia, o final da Ruta Nacional 3 (Estrada Pan-Americana – que liga a Patagônia ao Alasca).
Então, apesar do joelho reclamando muito, às 15:20h iniciamos nossa última trilha até o ponto mais austral onde podemos chegar a pé.
Partindo do Centro de Visitantes, a Baia Lapataia fica seguindo para a esquerda. Para direita é a trilha para o Lago Roca.
Joguei o trajeto no mapa para calcular a distância e o tempo de caminhada. Pelo asfalto estava marcando quase 5km. Na placa Paseo de la Isla, 1.3km até o Mirador Laguna Verde.
Decidimos seguir pela trilha até encontrarmos novamente a Ruta Nº 3 e continuarmos para a Baia Lapataia.
A paissagem desta trilha não era tão atrativa. O Rio Lapataia parecia assoreado, meio seco. Em determinado momento emparelhamos com a estrada (acho que porque erramos o caminho) e decidimos sair da trilha e caminhar pelo asfalto.
Perto do km 3.077 um motorista de van que estava seguindo para a Baia Lapataia perguntou se queríamos carona. “Mas é claro, moço!!!!” Faltava ainda, mais ou menos, meia hora de caminhada até nosso objetivo.
Chegamos ao final da Ruta Nº 3 às 16:15h. Havia um pessoal tirando fotos do cartão postal do local – a placa com nome da Baia e suas distâncias até Buenos Aires e Alasca.
Então caminhamos por uma plataforma suspensa até o mirante da Baia, tiramos umas fotos e voltamos ao estacionamento.
Aproveitamos que a placa estava sem ninguém e fizemos nossas fotos também.
A van da empresa que nos deixou na Enseada Zaratiegui pela manhã retornaria ali da Baia Lapataia para Ushuaia às 18:30h. O rapaz que nos deu carona disse que poderíamos voltar com qualquer van que partisse dali.
A próxima saída era justamente com ele, às 16:30h. Então, como todas as visitas concluídas, pegamos o caminho de volta para a cidade, chegando ao hostal às 17:25h.
Nosso jantar foi novamente as empanadas do “Um Lugar”.
Terminamos o dia arrumando as malas para seguirmos viagem no dia seguinte, tendo como destino El Calafate.
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