29/10/2010, Lisboa.
Hoje também acordamos um pouco mais tarde. Saímos para tomar o café da manhã já passava das 09h30min.
Paramos no Café Nicola, bem ao lado da Pensão. Um grande aviso dizia: Proibido fumar. Beleza. Pedimos um lanchinho com fiambre (presunto) e queijo e café com leite. Dona patroa também pediu um croissant. Estava bom.
Mal acabamos de tomar o café da manhã e começou a chuva. E que chuva. Com vento e tudo, conforme o previsto. Pagamos a conta e ficamos na porta esperando a chuva passar. Do nada surgiram vendedores de guarda-chuva, ao custo de € 5 cada.
Quando a chuva diminuiu de intensidade saímos para executar nosso roteiro, mas não andamos nem 300 metros e voltou a chover.
Tinha uma loja vendendo guarda-chuvas e compramos um (já tínhamos outro) por € 3. Porcaria de tudo, na primeira rajada de vento já virou do avesso e quebrou uma das hastes. Pior que a previsão é de chuva até domingo.
Acho que esse guarda-chuva não dura tanto assim.
Como a chuva aumentava ao invés de diminuir, procuramos abrigo na estação de metrô, que estava bem ao nosso lado. Ficamos um tempo lá, até que estação também começou a encher de água.
Ao redor das escadas rolantes havia ralos grandes para captar a água, mas era muita água que descia pela escadaria. Decidi então inverter nosso roteiro, e hoje ir até o Oceanário de Lisboa. Pelo menos era um local coberto onde passaríamos nosso tempo vendo alguma coisa.
Pegamos o metrô linha verde até estação Alameda, e depois trocamos para a linha vermelha até Oriente.
Para o uso do metrô, compramos um cartão pré-pago, recarregável, válido por um ano.
No metrô, uma senhora portuguesa, espantada, dizia que até por onde corre o metrô estava alagado, e que nunca tinha visto tanta água assim. Caramba. Estava chovendo mesmo! Na estação Alamenda muitas lojas estavam sem energia elétrica.
Quando chegamos na Estação Oriente, só conseguimos chegar até o centro de compras Vasco da Gama, pois a chuva e vento estavam fortes. As ruas próximas todas alagadas.
Ficamos andando pelo shopping esperando a chuva diminuir, e ela diminuiu. Aí corremos até o Oceanário, enquanto começava chover forte de novo. Ainda bem que a dona patroa seguiu meu conselho e trocou o tênis pela bota, que é impermeável, antes de sairmos, senão já estaria com os pés ensopados.
Compramos nossos ingressos e entramos no Oceanário, o maior da Europa. Passamos horas lá dentro. É muito legal ver os peixes passando pertinho de nós. Eles reproduziram o ambiente de todos os oceanos. Tinha até pingüins e uma lontra.
Quando saímos do Oceanário já não chovia mais, estava só nublado, e após alguns passos conseguimos ver o Sol.
Seguimos para o metrô e voltamos até a Estação Rossio, para almoçar num restaurante perto da pensão aonde vimos que servem paella (aqui, paelha).
Aquelas lojas da estação Alameda ainda estavam no escuro. O nome do restaurante é Pic Nic. Fumo, só nas mesinhas na calçada.
Pedimos uma paella só para nós dois, pois a moça do restaurante disse ser bem servida. Comemos bem, mas ficamos com aquele gostinho de quero mais. Alguns dos funcionários não tinham nenhum sotaque, pareciam mais brasileiros conversando. E eram.
Com o Sol fixo no céu (onde mais poderia estar, não é?) seguimos para o Castelo de São Jorge. A caminhada não é tanta, mas é só subida, pois o castelo fica no alto de uma colina.
A praça do Rossio chama-se D. Pedro IV.
O custo foi de € 7 por pessoa. Tem um museu interno com alguns fragmentos de objetos antigos, mas o que mais vale a pena mesmo é ver suas muralhas, torres, e a visão que se tem de Lisboa lá de cima.
Tem também a câmara escura de Ulisses, uma tecnologia interessante. Através de uma entrada de luz no teto, reflete-se uma visão ampla do Rio Tejo, permitindo enxergar a chegada de navios à cidade.
Ficamos bastante tempo no castelo também, e de lá seguimos até a Praça Restauradores, onde há um escritório de turismo.
Logo na saída do Castelo, um rapaz do Senegal, vendedor de bugigangas, veio nos cumprimentar, perguntou de onde éramos, elogiou a dona patroa e foi logo colocando no braço dela duas pulseiras, dizendo ser um presente.
Ahan, sei. Quanto custa? Ele não dizia o preço, só falava pra gente dar algum dinheiro pra ele comprar comida. Pô, a comida por aqui é cara.
Insistimos até que chegamos no valor de € 3. Porém nós só tínhamos quase € 2 em moeda. O resto eram notas de dez, e ele não iria querer voltar troco. Ai nós demos todas as moedas pra ele, e quisemos devolver uma das pulseiras. Mas ele não quis aceitar, disse que tava tudo certo. Então tá.
No caminho de volta, perto da Praça da Figueira, onde não vi nenhuma figueira, vimos alguns caminhões de bombeiros, com umas mangueiras grossas bombeando água para fora de alguns estabelecimentos que inundaram. É, choveu forte mesmo.
Pegamos um mapa no escritório de turismo e perguntamos como fazia para chegar à cidade de Óbidos, pois em nenhum lugar na internet achamos essa informação. Há muitos sites dizendo que a cidade é legal, como chegar lá de carro, alguns dizendo que dá pra ir de autocarro (ônibus) ou de comboio (trem), mas nenhum informa de onde sai o ônibus ou o trem.
Nem no site oficial dos trens tem essa informação.
Pois agora aqui no blog tem a informação. Pegue o metrô linha verde e desça na Estação Campo Grande. É de lá que saem os ônibus, com horários regulares, conforme informação que nos foi dada. Ainda não sei se vamos até lá. Só se conseguirmos juntar os roteiros de dois dias em um só, e se o tempo ajudar.
Depois saímos para caminhar, e seguimos um caminho que era só subida, até o Largo do Carmo, onde há as ruínas da Igreja do Carmo, e depois resolvemos voltar, seguindo até o Rio Tejo para ver o cair da noite.
Depois pegamos o caminho de volta para encontrar algum lugar para jantar nas proximidades da pensão, e vimos várias lojas sem energia elétrica. A própria Praça Rossio (D.Pedro IV) estava no escuro.
Decidimos jantar de novo no restaurante Leão Douro, aquele self-service, mas ele estava fechado por falta de energia. Passamos então no mercado Pingo Doce para comprar uma garrafa de água e um pacote de bolachas para amanhã, e depois fomos jantar na Pastelaria Suíça, do outro lado da praça. Proibido fumar dentro do restaurante.
Eu pedi um bife grelhado com ovos e arroz e a dona patroa pediu um bife da casa, com arroz também. Pedimos duas taças de vinho para acompanhar, e trouxeram duas garrafas de água junto, que nem deu tempo de falar que não queríamos, pois o rapaz meio que já chegou servindo.
Tudo bem, na próxima já avisamos na hora do pedido.
Depois disso voltamos para a pensão, fizemos o pagamento e fomos para o quarto. Amanhã, se o tempo colaborar, faremos o roteiro que seria o de hoje, e talvez também o roteiro do domingo. Para segunda-feira está previsto a cidade de Sintra. Não sabia, mas dia 1º de novembro é feriado aqui. Espero que não tenhamos problemas de pegar os locais fechados.
Pô, tem um cara chato na rua tocando saxofone pra ganhar uns trocos… só que já são 23:25h e na minha opinião ele ta tocando mal. Terei que fechar a janela, e no quarto não há nem ventilador e nem ar condicionado. Não está tão quente, mas com tudo fechado fica abafado. Na pensão também não há internet grátis.
Ah, o caminhão que varre as ruas está passando agora, quase meia-noite. É um barulho só.