24/08/2011 – Voltando para casa
Nosso dia começou bem cedo hoje. Acordamos por volta das 6h da manhã, nos arrumamos e deixamos o hotel perto de 6h30min, sem tomar o café, que só se iniciava às 7h. O céu ainda estava um pouco escuro, mas a rua era bem iluminada. Vimos outras pessoas com bagagens se dirigindo para a estação, assim como nós. Como já estávamos com as passagens de trem até Bruxelles-Midi compradas, apenas olhamos no painel de horários qual seria o próximo trem e fomos para a plataforma.
Achamos Bruxelas uma cidade bem sujinha. Tá ‘pau-a-pau’ comparando com Amsterdam. Muito lixo jogado no chão. Achei as pessoas por aqui meio mal-encaradas, não sei. E não é por ser capital, cidade grande etc, pois já passamos por outras capitais e metrópoles e não percebemos isso. Os arredores também são estranhos. Chegando ou saindo de trem, vimos que os bairros afastados são mais judiados. É uma cidade que se conhece em um dia ou dois dias, dependendo do que se deseja conhecer. O ponto turístico mais longe é o Atomium, que não quisemos pagar um metrô para conhecê-lo (ohhh!). Lá perto também tem a Mini-Europa. Muitas ruas do centro estavam passando por obras de melhoria, ficando um pouco difícil andar.
Bruges vale a visita. Cidade com ar medieval, construções bem conservadas, ruas limpas. Seus canais também são limpos. Em alguns locais vem um cheiro forte de esgoto. Deve ser de alguns bueiros. Também dá pra conhecer em apenas um dia.
O Hotel New Galaxy é assim: se você não faz questão de roupas de cama impecáveis e de muito espaço, e pretende ficar uma ou duas noites, é aceitável. Mas se você tem uma graninha disponível que permita escolher melhores acomodações, faça isso. Nós pagamos EUR 56,00 por noite, o casal, com café da manhã e banheiro privativo. Só como comparativo, Na Itália custou EUR 45,00, na Alemanha custou EUR 85,00 e na Holanda EUR 95,00. Na Suíça foi em Francos, 180,00. O melhor deles, em nossa opinião, foi na Alemanha.
Pegamos o trem das 6h46min, e em coisa de dez minutos estávamos descendo em Midi. Localizamos o balcão da Air France e, através dos nossos passaportes, a atendente localizou o voo e emitiu os cartões de embarque, tanto para o trem até Paris quanto para o avião. Com as passagens em mãos, fomos tomar nosso café da manhã, num local que tem logo ao lado do balcão da Air France. Pedimos 2 espressos e dois croissants com chocolate. Logo depois fomos para a plataforma.
Nosso vagão era o de número dois, e quando entramos vimos que era um vagão de primeira classe. Estranhamos. Fomos perguntar para um funcionário se estávamos no vagão certo e ele confirmou. Então Ok. Pouca diferença entre os vagões de segunda classe, a poltrona mais larga um pouco, e talvez um pouco mais de espaço para as pernas.
A viagem até o aeroporto Charles de Gaulle durou cerca de uma hora e dez minutos. Atenção no banheiro do trem: tem um botão verde para abrir a porta, um botão vermelho para fechar a porta e um botão vermelho que fica piscando depois de fechar a porta, para você trancá-la. Se não fizer isso, caso alguém do lado de fora pressione o botão verde, vai vê-lo (ou vê-la) numa situação não muito desejável, como aconteceu com uma pessoa no vagão onde nós estávamos.
Logo que desembarcamos em Paris, fomos localizar o terminal 2F para despachar nossas malas. Encontra-lo foi rápido, mas chegar até o setor correspondente ao nosso embarque (zona 6) foi demorado. Isso porque o terminal é enorme (o aeroporto é enorme) e a zona 6 é a penúltima. Depois que nos livramos das malas e ficamos só com as mochilas, fomos para o controle de passaportes. Como sempre, passamos sem nenhum problema. Na hora do raio-x, dessa vez não precisamos ficar descalços, pois mandamos as botas na mala e estávamos de tênis (lições aprendidas).
Já no Duty Free, e depois que a dona patroa foi conhecer o banheiro do aeroporto, fomos procurar alguma coisa com o quê gastar as moedas de Euro que sobraram, já que as casas de câmbio não recompram Euro em moedas. Escolhemos uma caixinha de chocolates. Inteiramos o valor no cartão de crédito. Na própria máquina do cartão, aparece o valor em Euro e Reais, e temos opção de escolher em qual moeda fazer a operação. Só que quando escolhi Reais não deu certo, aí na segunda vez, escolhendo em Euros, passou.
O sistema de som já anunciava que deveríamos nos dirigir ao ônibus que nos levaria até a aeronave, ou melhor, para fazer o aero-tour. Não, não estou dizendo isso porque o avião estava longe e tivemos que andar muito de ônibus. É que ao chegar no avião, o comandante veio até o ônibus e disse que a aeronave estava com problemas técnicos, e que levaria de três a quatro horas para o conserto, e para nosso conforto, voltaríamos ao terminal 2F. Legal né?
Bom, voltamos ao terminal e ficamos olhando algumas lojas do Duty Free. Tudo muito caro, e o pior, em Euros. Aí fomos procurar um lugar para sentar e esperar por notícias. Achamos alguns bancos próximos do portão de embarque. Também esperando o voo estava o ex-jogador de futebol Macedo. Tinha até uns caras que acho que também jogam bola indo lá conversar com ele e tirando fotos.
O rapaz que nos informava que ainda não tinha novidades sobre o horário do voo anunciou que caso quiséssemos algo para comer ou beber, a Air France forneceria um voucher para trocarmos nos cafés do aeroporto. Beleza. Pegamos nossos vouchers e fomos tomar um cappuccino. Logo que voltamos para os bancos, começou o embarque.
E lá vamos nós outra vez para o ônibus, dessa vez em definitivo. Até o rapaz que conferia os bilhetes e passaportes brincou conosco, dizendo “outra vez”. Quando chegamos em frente ao avião, dessa vez não teve o comandante para nos receber, sinal de que estava tudo certo. Já dentro da aeronave, fomos informados que o problema era no sistema de freios.
O que “cansa minha beleza” são essas dondocas metidas a ser chique dentro dos aviões, voando em classe econômica. Tinha uma senhora que antes mesmo de fecharem as portas, ela já estava mudando de lugar, isso porque o voo não estava lotado como na vinda para a Europa. Talvez incomodada por estar numa fileira com mais passageiros, ou sei lá o quê, e queria ficar numa fileira sozinha com o neto. Viu…, alguém já apresentou para ela a primeira classe? Come mortadela e arrota caviar. É dose. Depois tirou a sandália toda chique e meteu uma meiona nos pés pra não passar frio. Terninho e meião. Chique no último! Tinha um tiozinho chinês que me resolve mudar de assento bem na hora que o avião está decolando, para desespero das comissárias. Éééé fogo!
Seriam onze horas de voo. A decolagem ocorreu com duas horas e meia de atraso, decolando às 13h. Aproveitei para assistir uns filminhos com áudio em Português. Mas quase não dava pra ouvir, pois o barulho do avião estava bem alto. Assisti “Battle: Los Angeles”, meio que uma cópia do “Independence Day”, depois ‘O Turista’, aquele com a Jolie e o Depp, meio fraquinha a história, e por último ‘Sem Limites’, esse mais ou menos.
Logo após a decolagem, serviram uns biscoitinhos com algo para beber, e pouco tempo depois foi servido o almoço. Eu pedi ‘Massa pennette ao estilo de Nice’, e dona patroa encarou um ‘Frango, molho de curry verde, arroz com sementes de papoula’. Só pediu isso por causa do arroz. Nunca vi gostar tanto de arroz. Deve ter sido oriental em outra vida, só pode. Durante o voo, temos à disposição bebidas, snacks e sorvete.
Agora (16h50min hora local do Brasil e 21h50min no horário Francês) estamos sobrevoando solo brasileiro, próximo a Petrolina. Já estou ficando com fome de novo; aquele tiozinho chinês ainda não se decidiu onde sentar, pois a cada vez que se levanta, senta em local diferente; dona patroa enjoou dos filmes e está brincando com um jogo da memória; a dondoca do nosso lado parece que está usando burca, cobriu a cabeça e o rosto todo para dormir. Vou pegar uns snacks para enganar o estômago.
Na hora do jantar foi servido Tabbouleh e Quiche de alho-poró, pepinos. Queijo, torta de limão, bebidas frias e quentes. Dona patroa não gostou do tabbouleh e do quiche. Eu mandei tudo pra dentro. Ainda bem que oferecem pães. Ela pegou três e assim não passou fome. Mais quarenta e cinco minutos e pousaremos em Guarulhos.
Nossa programação de retorno já tinha ido por água abaixo. A ideia era pegar um ônibus até Campinas e depois outro ônibus até Indaiatuba. Mas com o atraso de quase três horas na França, chegaríamos em Campinas quase meia-noite, depois do último ônibus para Indaiatuba, e a solução seria pegar um taxi até em casa. O relógio marcava 20h15min e o próximo ônibus para Campinas seria somente às 21h30min, ao custo de R$ 42,00/pax. O taxi não sairia por menos de R$ 140,00 com certeza, pois de Viracopos até Indaiatuba custava R$ 80,00.
Optamos por alugar um carro. Fomos na loja da Localiza e locamos um Celta basicão, pra devolver na loja de Indaiatuba no dia seguinte. Na diária tivemos um desconto por conta da parceria da empresa onde trabalho, mas a taxa de retorno é integral: R$ 1,00 por km rodado. Ainda assim penso que economizamos.
O importante é que 22h20min já estávamos dentro de casa.