Quando: Páscoa de 2012 (05 a 08/04/2012)
05/04/12
Já tem bastante tempo que queríamos conhecer Gonçalves. Desde nossos passeios para Monte Verde, Carrancas, Delfinópolis etc, mas sempre adiamos. Desta vez, ao planejar a viagem do feriado de Páscoa, Gonçalves foi o destino que veio em mente.
Pesquisamos alguns preços de pousadas logo que passou o Carnaval. Tem para todos os gostos e bolsos.
Optamos por fechar com a Hospedaria Vila Khepri. De quinta a domingo (três diárias) por R$ 600,00 o casal, com café da manhã. Havia outra pousada com o mesmo valor, porém a cerca de 12k do centro, se embrenhando pelos bairros através de estradinhas de terra. A Vila Khepri fica praticamente no centro da cidade, alguns metros após o portal de entrada da cidade. Como chegaríamos à noite, quanto mais fácil encontrar, melhor.
Os planos eram de chegar na cidade por volta de 21h30min, mas uma série de contra-tempos durante o dia retardou nossa saída. E também pegamos um pouco de trânsito na Rod. Santos Dumont, entre Indaiatuba e Campinas, e depois, na Rod. Dom Pedro I, logo após o pedágio de Atibaia. Fora o tempo gasto jantando no restaurante do posto Monte Azul (logo teremos cartão fidelidade lá…rsrsrs)
O GPS indicou o mesmo caminho ilustrado pelo Google Maps, ou seja, passando por Cambuí/MG. Poderíamos ter seguido por Camanducaia e Monte Verde, mas esse caminho eu já sabia que teria um trecho de terra, e por Cambuí eu imaginava ser tudo asfaltado.
Até Cambuí tudo beleza. Já na cidade, o caminho indicado nos levou até uma estada para Paraisópolis. Olhamos num mapa impresso que tínhamos e vimos que Paraisópolis é próximo de Gonçalves, então seguimos. Foram uns 15km em estrada de terra, bem assentada.
Primeiramente chegamos em Consolação/MG, onde a sinalização é bem precária. Vimos uma placa indicando Paraisópolis e foi só. Até o GPS se perdeu e levou a gente para o lado errado. Depois de uma manobra, achamos outra placa indicando Paraisópolis, dessa vez por estrada asfaltada.
Já em Paraisópolis/MG também foi um parto para achar o caminho para Gonçalves. Tinha muita placa indicando São José dos Campos e São Bento do Sapucaí. Eu nem olhava para o GPS. Comecei a desconfiar dele. Talvez porque a voz configurada seja da Luiza, e de tanto ela ficar no Canadá, se perdeu no nosso trajeto..rsrsrs.
Paramos num bar e o pessoal que estava na calçada tomando uma cervejinha dos indicou o caminho e rapidinho encontramos a estrada. Por fim, era só seguir sentido São José dos Campos mesmo.
Como dito acima, a Hospedaria Vila Khepri está bem na entrada da cidade. Chegamos por volta de 23h. A pousada é muito bem ajeitada. Tudo bem simples, mas muito aconchegante. Guardamos nossas coisas e já deitamos.
06/04/12
O café da manhã começa a ser servido às 9h, e vai até 10h30min. Eu acho tarde, mas…
Há pães, bolo, frutas, geléias, granola, suco. Gostamos. Tem até uma suave música de fundo.
Pegamos algumas orientações com uma das moças da pousada, nos aprontamos e partimos para a aventura. Destino: Pedra Chanfrada. 12km de estrada de terra até o restaurante “Ao Pé da Pedra”, local para deixar o carro e, por que não, almoçar depois da caminhada.
No caminho para a Pedra Chanfrada paramos na Cachoeira do Simão. É possível chegar de carro até bem próximo da cachoeira. Optamos por deixar o carro mais afastado e fazer uma caminhada leve. Afinal, fomos para a “roça” para caminhar, fazer trilhas, e não ficar só dentro do carro.
A cachoeira é muito bonita, e a água muito gelada. De doer os ossos. Entramos com a água até o meio da canela, mas parece que a perna inteira estava mergulhada na água gelada, pois doía tudo. Quase deu câimbras.
Após uma seção de fotos, caminhamos um pouco até outro ponto da cachoeira, mais acima, onde a água do rio começa a formar a queda d’água, para mais algumas fotos, e depois seguimos para a Pedra Chanfrada.
Deixamos o carro no estacionamento do restaurante e iniciamos nossa trilha. O senhor do restaurante disse que é preciso aproximadamente uma hora para subir e meia hora para descer. E foi mais ou menos isso mesmo.
Na trilha, encontramos uma galera de Taubaté/SP subindo com um cooler cheio de cerveja, fora as latinhas que já estavam nas mãos. Lá no topo nos encontramos com eles novamente. Um dos rapazes é de Gonçalves mesmo, mas já não mora na cidade. Ele nos contou sobre alguns atrativos e características da cidade, como por exemplo o frio que faz no inverno. Comentamos sobre o caminho que fizemos para chegar até a cidade, e ele disse que deveríamos ter seguido em direção à Córrego do Bom Jesus quando chegamos a Cambuí, pois o caminho, apesar da falta do asfalto, seria mais rápido. Fica a dica para a volta pra casa então.
No topo da pedra tem o que parece ser um bosque, um local bem legal. Depois da seção de fotos, resolvemos descer. Despedimo-nos do pessoal e pegamos a trilha de volta.
O almoço no Restaurante “Ao Pé da Pedra” custou R$ 20,00 por pessoa, comida à vontade. Bebidas à parte. Ainda bem que não era “a la carte”, pois a gente come pouco e sempre vem muita comida, ainda mais em restaurantes mineiros.
Várias opções de salada sendo uns oito tipos, e pratos quentes mais umas oito opções. Para beber, pedimos dois sabores de suco inéditos para nós: amora e framboesa. O suco de framboesa nós gostamos mais. A sobremesa também é à vontade e cobrada a parte: R$ 3,00 por pessoa (eu acho). Vários doces, como de banana, de maracujá, de leite, de abóbora etc.
Depois de satisfeitos, pegamos o caminho de volta e paramos para conhecer outras cachoeiras. O mapa nos deixou um pouco perdidos, então paramos numa pousada para perguntar. O acesso para as cachoeiras do Retiro, Sete Quedas e Cruzeiro é por uma estradinha ao lado da Pousada Trem das Cores. No final da estrada tem um estacionamento à esquerda. O acesso para as cachoeiras é pago, R$ 3,00 por pessoa. As trilhas são bem definidas e bem sinalizadas.
Optamos por ir primeiro até a cachoeira mais distante: Cachoeira do Cruzeiro. A trilha tem aproximadamente 1,5km. Entretanto, como o joelho de dona patroa não está lá essas coisas, depois de muito andar ela começou a reclamar de dor. Decidimos voltar. Acho que mais uns 500m e chegaríamos até a cachoeira.
No caminho de volta paramos na Cachoeira do Retiro, para descansar e tirar algumas fotos.
Dica geral: Atenção quando estiver caminhando numa trilha; sempre olhe onde pisa, para não escorregar, igual a mim.
Continuamos em direção ao deck de entrada da trilha. Dona patroa não quis descer até a Cachoeira 7 Quedas, por conta das dores no joelho, então fui sozinho. Em minha opinião, é a mais bonita comparando com as demais que vimos hoje. Tirei algumas fotos e voltei ao deck.
Entramos no carro e voltamos direto para a pousada. Após um bom banho e alguns minutos de descanso, seguimos a pé até o centro da cidade, para dar uma volta. Disseram que próximo das 19h haveria uma encenação da Paixão de Cristo.
Ficamos um tempo esperando na praça da igreja, e aproveitamos para comer uma pipoca. O sistema de som da igreja anunciou a encenação para às 20h, então para passar o tempo fomos até um lugar chamado Café com Verso. Bem legalzinho o lugar. Pedimos um cappuccino cada, um mufim pra mim e uma torta de limão para dona patroa. O local dispõe de “UAIFAI”.
Voltamos para a praça, mas a encenação ocorreu dentro da igreja. Quando entramos para assistir, já estavam na Santa Ceia. A apresentação é curta, com algumas passagens limitadas à narração, e outra nem são citadas, como por exemplo o enforcamento de Judas. A encenação termina logo após a crucificação, e uma procissão é iniciada, carregando uma estátua de Jesus coberta por um véu negro, pelas ruas da cidade.
Assim que terminou a encenação, saímos rapidinho da igreja voltamos para a pousada para guardar uma garrafa de água que havíamos comprado na Quitanda Venâncio, depois voltamos ao centro para procurar algum lugar para matar a fome.
O restaurante “Janelas com Tramelas” tinha música ao vivo com cobrança de couvert artístico (R$ 10,00). Achei caro. Logo ao lado tem o Rosa Madeira, mas não há porções, somente pratos a la carte, um local mais chique um pouco. Preços dentro da média. Mas não queríamos jantar. Andamos mais um pouco e achamos a Pastelaria do Mané.
O local estava bem cheio. Algumas pessoas ao lado de fora aguardavam seus pedidos. Nossos pasteis demoraram um bocado para chegar. E não parava de chegar clientes. Acho que era o único local da cidade, exceto os restaurantes, que estava aberto.
Comemos dois pasteis cada um e voltamos hiper-satisfeitos para a pousada.
07/04/2012
Assim como no dia anterior, 9h já estávamos a postos para tomar o café da manhã e sair para mais uma aventura. Hoje escolhemos conhecer a Pedra de São Domingos, 15km de Gonçalves. Escolhemos com base em um material retirado da internet com os locais mais visitados da cidade. Seguimos as orientações desse material, que dizia que a trilha ficava na estrada sentido bairro do Cantagalo. Algumas plaquinhas indicavam o nome da Pedra. Quando passamos pela divisa de município entre Gonçalves e Camanducaia, comecei a achar meio estranho esse roteiro da internet.
Paramos para pedir informações, e um rapaz de um sitio nos disse que ainda tinha mais ou menos uma hora de carro até chegar na pedra. E olha que já tínhamos andando 16km. Decidimos voltar. Dona patroa, olhando o mapa que pegamos na pousada, leu algo sobre a Pedra de São Domingos, e lá dizia que o caminho era pela estrada que leva até Córrego do Bom Jesus. Mas era para chegar até o topo de carro e não por trilha.
Como não havia nenhuma indicação sobre onde ficava a trilha, decidimos ir até a Pedra do Forno, então voltamos até a cidade e pegamos a mesma estrada do dia anterior. A Pedra do Forno fica pouco mais de 1km da Pedra Chanfrada. Também tem um restaurante para deixar o carro estacionado e almoçar na volta da caminhada. Foi o que fizemos.
A moça da pousada nos disse que o local onde está a Pedra do Forno já foi mais bonito. Isto porque a propriedade foi dividida entre herdeiros, e um deles loteou o local, promovendo a derrubada de inúmeras árvores. Por sorte alguns munícipes e turistas intercederam e a devastação está paralisada. Realmente é dolorido ver restos de árvores caídos no chão em meio ao que seria uma estrada pela mata.
Passando essa parte devastada e chegando na mata intocada, vimos que a trilha é bem definida, sem dificuldade de percorrê-la. Encontramos muitas famílias pela trilha, inclusive com crianças que pareciam ter entre oito e dez anos.
A caminhada até o topo levou uns 45 minutos, e ainda tinha um trecho de escalaminhada, onde uns grampos de ferro foram fixados na pedra para facilitar a subida.
Lá de cima, a vista é maravilhosa. Vale cada passada até chegar no cume. Tem uma capela, onde o pessoal assina um livro de visitas. Ficamos uns trinta minutos lá, admirando a paisagem, fotografando e descansando. Depois iniciamos a descida, demorando uns 40 minutos até chegar ao restaurante.
Foto panorâmica – clique para ampliar
O almoço é servido até às 17h. Mas às 15h a refeição já estava um pouco fria. Também no estilo self-service, custava R$ 15,00 por pessoa, mais R$ 3,00 a sobremesa, tudo à vontade. O atendimento não é dos melhores.
Logo após almoçarmos, pegamos o caminho de volta, parando na Cachoeira do Simão para descansar, bater-papo ao som das águas, enfim, passar o tempo. Ficamos lá até umas 17h e depois seguimos para a pousada. Dona patroa, depois do banho, deu uma cochilada. Eu fiquei adiantando um pouco a digitação dos textos do blog e depois cochilei também.
Por volta de 21h saímos para dar uma volta na cidade. Hoje havia mais estabelecimentos abertos na cidade, mas não achamos nenhuma lanchonete. Nem sorveteria! Optamos por comer um lanche no quiosque que tem na Praça São Benedito. Dividimos um “x-salada” e voltamos para a pousada.
08/04/2012
Nosso último dia em Gonçalves foi bem rápido. Pela manhã deixamos a bagagem arrumada e partimos logo após o café. Como a diária era só até ao meio-dia, não havia tempo hábil para fazer alguma atividade. E outra, saindo mais cedo, a chance de pegar o trânsito do feriadão era menor.
Olhando pelo Google, vi que voltando por São José dos Campos, o caminho (todo asfaltado) seria apenas 40km mais longo. Bem melhor do que encarar 35km em estrada de terra até Cambuí. Tudo bem que, para quem rodou dois dias seguidos na terra, o que eram mais 35km?
Mas ai vocês não saberiam se o caminho valeria ou não a pena. E digo que vale, apesar do valor dos pedágios mais caros na Dutra e na Rod. Dom Pedro I.
Paramos para almoçar no Frango Assado em Atibaia, que estava lotado. Tinha gente que entrava, dava uma olhada, e saia. Nosso prato demorou un trinta e cinco minutos para ser servido.
Fizemos o percurso de volta em pouco mais de três hora e meia, já descontando a parada para o almoço.
Por esse preço na diaria, o cafe da manha deveria, no minimo, ser um cafe continental.
No mais as fotos estao massa! O lugar eh lindo. Parabens!
Muuito bom o relato! Obrigado.