Navegando pelo Mar Egeu até Santorini

Navegando até as ilhas Cíclades. 

Quem nunca imaginou uma viagem pelas ilhas gregas? Praias paradisíacas, mar azul e límpido… Nós não somos diferentes, e após três dias visitando os pontos turísticos de Atenas, chegou o dia de deixar a capital grega e partir em direção a ilha de Santorini, também chamada de Thera/Thira.

A Grécia possui mais de seis mil ilhas, sendo somente 227 delas habitadas. Destas, as consideradas mais belas são Santorini, Mykonos, Creta, Corfu, Paxos, Tinos, Ikaria, Skyros, Gavdos e Milos (fonte http://blog.edreams.pt/).

Algumas das ilhas possuem aeroporto, como por exemplo, Creta, Rhodes, Santorini, Mykonos e Corfu. Para as demais, o transporte deve ser feito de ferry. Nem preciso dizer que, analisando economicamente, voar para as ilhas é mais caro do que navegar até elas.

Nesta postagem aqui a gente fala sobre os meios de transporte para chegar a Santorini.

Foi com base no financeiro que nós adquirimos nossas passagens com a Blue Star Ferries, empresa marítima com navios que partem do Porto de Piraeus, em Atenas, aportando em Santorini, parando nas ilhas e Paros e Naxos no meio do caminho.

Obs: em nossas viagens, sempre contratamos o seguro viagem da Mondial Travel. Desta vez, como haveria essa viagem de navio, escolhemos o seguro Aéreo+Marítimo.

 

Partindo para Santorini

Nosso barco partiria do Porto de Piraeus às 7h25min, e deveríamos estar lá pelo menos com meia hora de antecedência, para trocar nossos vouchers pelos bilhetes.

Como o café da manhã do hotel é servido após as 7h30min, consumimos nosso pré-café da manhã comprado no dia anterior, e deixamos o hotel por volta das 5h30min, o mesmo horário de abertura da estação de metrô.

Caminhamos até a estação Syntagma (que fica na Praça Syntagma) e compramos nossos tickets nas máquinas self-service. Antes de embarcar no metrô é preciso validar os tickets nas máquinas existentes logo na entrada da estação, e os tickets valem por setenta minutos após validação.

Chegar ao Porto de Piraeus através do transporte público é fácil. Estando na estação Syntagma, siga para o embarque sentido estação Aghia Marina e desça na primeira estação, chamada Monastiraki. Troque para a Linha 1 sentido Piraeus (a plataforma fica dois lances de escada rolante acima) e desça na última estação.

Logo na saída da estação de metrô Piraeus, atravessando a rua, já tem um escritório da Blue Star para troca do voucher. Perto do Gate de embarque também tem.

Em vários blogs vimos que o acesso ao porto é feito através de uma passarela do lado de fora da estação de metrô, mas a mesma estava fechada para reforma. E agora? Simples, basta contornar pela lateral e atravessar a rua. Nosso Gate era o E7, bem de frente com a passarela.

Como ainda tínhamos algum tempo, paramos em uma padaria e compramos dois croissant para complementar nosso café da manhã, e seguimos para o navio.

Logo na entrada, após subirmos as escadas, havia algumas pessoas fazendo o direcionamento inicial, mas apenas indicando para seguirmos para o fundo, para a esquerda, subir para outro deck etc. De imediato, parecia não ter muita informação visível. Depois, olhando melhor, encontrei a sinalização. Em todo caso, basta perguntar que eles explicam.

Na compra dos bilhetes do Blue Star pela internet não havia como escolher assentos, apenas o local do assento dentro do navio. E no site também não tem nenhuma explicação sobre como são e quais são as diferencias entre o bilhete Econômico, o Super Econômico, Airseat, etc. Encontrei alguma informação sobre os assentos apenas no blog Turomaquia.

Quando pegamos nossos bilhetes, vimos que nossos assentos estavam distantes um do outro (76 e 81). Nós nos sentamos em qualquer lugar, já dispostos a mudarmos de lugar assim que o “dono” do assento chegasse. Mas o navio deixou o porto às 7h25min pontualmente e vimos que o lounge estava vazio, com poltronas sobrando, então ficamos por ali mesmo.

A viagem até Santorini teria duração de quase oito horas. Existem barcos que fazem a viagem em torno de quatro horas, mas li um relato de que, dependendo da maré, estes barcos rápidos podem ter certa dificuldade em navegar e ter que voltar para Atenas. Foi apenas um relato entre várias coisas que lemos a respeito. Mas escolhemos a viagem lenta por ser a mais barata.

Muitos relatos diziam ser uma viagem chata. Não achamos não. Cochilamos um pouco, andamos pelo navio, fizemos um lanchinho, assistimos TV (sem entender nada, pois estava sem volume e com legendas em grego)… Se quiser fotografar a paisagem, aproveite para fazê-lo logo nas primeiras horas, pois depois de algum tempo navegando o vidro fica todo molhado e não dá pra ver quase nada.

Poucos minutos antes de chegarmos a Santorini, o sistema de som já avisava para que os passageiros que viajavam com seus carros se dirigissem para a garagem, e aos demais passageiros, para se prepararem para o desembarque.

Seguimos então para o deck inferior, onde a galera toda estava se amontoando por ali, só esperando a parada do navio. Na hora de abrir o compartimento para descermos, soou uma sirene bem alta, longa e irritante, que só parou quando o navio aportou. Era até engraçado ver aquele povo todo ali, só aguardando a hora de sair do navio, filmando tudo com seus tablets e celulares.

Do porto para a cidade de Fira

Assim que chegamos ao porto vimos um local de informações turísticas e distribuição de mapas grátis. Mas na realidade era um local para contratação de transporte para o hotel e passeios turísticos. Mesmo assim, tinha um folhetinho com um mapa da ilha.

Perguntamos onde era o ponto de ônibus público, pois já sabíamos que custava em torno de dois euros, e os transfers (que te deixam na porta do hotel) em torno de oito euros. A moça nos disse que o ônibus tinha saído às 15h (vinte minutos antes) e que o próximo seria somente às 18h, e já engatou a conversa nos oferecendo o transfer por 25 euros o casal.

Olhamos um para o outro, agradecemos e fomos andar procurando outro local pedirmos para informações. Mais a frente, em um local que oferece transfer e locação de carros, o rapaz cobrava vinte euros para nos deixar no hotel. Aceitamos, e rapidamente uma van encostou para embarcarmos. O motorista montou um romaneio na hora, com base no hotel de todos passageiros que transportaria, e seguiu ziguezagueando morro acima.

E é um zigue-zague mesmo. Curvas que parecem um cotovelo de tão fechadas, com vans, ônibus de turismo, turistas com carros alugados, motos, caminhões…

Esse é o nosso hotel?

Nosso hotel, o Villa Ilios, foi o segundo da lista feita pelo motorista, e achei bem estranho quando descemos, pois conforme o mapa disponibilizado no site do hotel e no site do Booking.com (por onde reservamos), a localização do hotel era mais para o meio da cidade de Fira. E nós estávamos meio que na estrada ainda. Mas o nome do hotel conferia, e a fachada do hotel era a mesma que vimos pela internet. Então era ali!

Obs: agora, dois meses após a viagem, a localização no Booking.com já está corrigida. No site do hotel ainda não.

Atravessamos a rua e entramos área frontal do hotel, onde além de muitas plantas, está a piscina e a recepção. Havia uma senhorinha regando as plantas e um senhorzinho varrendo o chão. Ele nos atendeu meio rápido, pegando nosso papel impresso do Booking e levando para dentro, pedindo que aguardássemos. Logo depois ele veio com a chave e nos indicou nosso o quarto, no primeiro andar. Penso que ele falava bem pouco em inglês, por isso fez o básico e foi rápido no atendimento.

O quarto era equipado com TV, frigobar, ar-condicionado e um guarda-roupas. Na varanda, com visão da piscina e ao longe o litoral, provavelmente a praia de Monolithos, havia uma mesinha com duas cadeiras.

Achamos estranho não terem solicitado nosso passaporte, nada. Mas Ok. Deixamos nossas coisas no quarto e depois fomos até a recepção. Agora já havia uma moça lá, para quem fizemos as perguntas básicas, como por exemplo, distância até o centro da cidade, localização de mercados, restaurantes etc. Ela nos explicou tudo direitinho, nos deu uma mapinha da cidade, falou da locação de carro ou quadriciclo, horário do café da manhã (pago a parte), pagamento das diárias etc.

Provavelmente, se a localização no site já estivesse correta quando fizemos a reserva, teríamos optado por outro hotel, pois olhando no mapa, parece estar longe de tudo. Mas não. O hotel está há dez minutos de caminhada do centro de Fira, tem ponto de ônibus quase em frente, mercado e restaurantes próximos. E o valor estava dentro das nossas pretensões.

Como lemos em demais blogs, não existe lugar ruim para se hospedar em Fira. Tudo depende do quê você procura. Se quiser acordar e tomar seu café da manhã olhando para o Mar Egeu , vários hotéis oferecem essa regalia. Basta querer pagar por isso. Se não fizer questão desse privilégio, há inúmeros hotéis pela cidade.

Seguimos então até o mercado comprar algumas coisinhas, como frutas, bolachas (biscoito para quem não é paulista), iogurte, água. Alguns produtos só possuíam informações em grego na embalagem, complicando nossa vida. Mas conseguimos comprar tudo o que precisávamos. Existem alguns restaurantes nas proximidades, mas nenhum nos chamou a atenção.

Como o dia ainda estava bem claro, deixamos as compras no quarto e seguimos para nosso primeiro contato com o centro de Fira, a capital da ilha. Santorini possui outras cidades, mas devido às proporções da ilha e das próprias cidades, elas se parecem mais com bairros.

Fira está na parte alta da ilha de Santorini, na borda do penhasco conhecido como Caldeira. Há mais de três mil e quinhentos anos a erupção de um vulcão em Santorini explodiu a ilha, restando uma parte maior em formato de meia lua (Santorini), e outras quatro ilhas (Nea Kameni, Palea Kameni, Therasia e Aspronisi).

Santorini não é procurada pelos turistas por suas praias, que ficam ao lado oposto da Caldeira, na parte baixa, mas pela paisagem formada pelas casinhas brancas debruçadas no penhasco, suas igrejas brancas com cúpulas em azul e simpáticas ruazinhas apertadas repletas de lojinhas e restaurantes. Destino preferido dos casais em lua de mel.

Para quem se hospedar em Santorini no verão, a dica é escolher um hotel com piscina, pois o calor é bem forte na ilha. Em maio, na Primavera, já estava bem quente. Estando em um hotel com piscina, no horário mais quente do dia você pode voltar ao hotel para se refrescar, e continuar seu passeio mais para o final do dia.

Logo em nosso primeiro contato com Fira, seguimos as indicações para o Porto Velho (há dois portos em Santorini) a fim de chegarmos à Caldeira.

É do Porto Velho que partem as excursões para as outras ilhas, inclusive para visitar o vulcão, e por onde chegam os turistas dos navios de cruzeiro. Passamos por diversas lojinhas, em ruas que sobem, que descem, que se estreitam até alcançarmos a Caldeira e sua vista de tirar o fôlego.

Só aquela visão já estava valendo a viagem. A imensidão do Mar Egeu com os raios solares refletidos em suas águas… Uma paisagem que não dava vontade de parar de olhar.

Caminhamos pela ruazinha que margeia a Caldeira até um dos pontos mais altos, enxergando lá embaixo o Porto Velho e a estradinha também tortuosa que liga o porto à cidade. Para os turistas que chegam à ilha de cruzeiro, existe a opção de chegar à cidade de teleférico (cable car) ou no lombo de burrinhos/cavalos. O preço é o mesmo. Claro que a aventura está em subir nas costas dos animais, mas se fosse eu, subiria de teleférico. Maior dó dos bichinhos.

 

Os restaurantes mais caros estão na Caldeira, e o preço mais alto se deve à visão que você terá. Mesmo de noite, quando não há nada para ver, os preços são maiores. E os restaurantes e hotéis parecem estar um por cima dos outros, com acessos através de escadinhas estreitas. É bem engenhoso o processo e organização de construção na beira do penhasco.

Caminhamos mais um pouco, desbravando as simpáticas ruas de Santorini, curtinho a paisagem e descobrindo várias lojinhas.

Voltamos ao quarto para tomarmos banho, e logo em seguida retornamos para a cidade para jantar. Diferente de Atenas, onde os restaurantes possuíam mesinhas na calçada, em Santorini, devido à falta de espaço por seu uma ilha, todas as mesas estão na área interna dos restaurantes.

Optamos por um restaurante na rua principal da cidade, mas o atendimento era uma porcaria. Dois rapazes que nem olhavam para as mesas para ver se havia clientes. Ficamos uns cinco minutos lá e saíamos.

Do outro lado da rua, paramos no restaurante e pizzaria Tabasco. O garçom que nos atendeu foi super cordial, explicou o cardápio, indicou-nos as mesas no primeiro andar para fugirmos do frio (sim, apesar do calor, durante a noite a brisa deixa a ilha bem fria) e o melhor, não era permitido fumar no primeiro andar.

Os olhinhos da Dona Patroa até brilharam quando viu que tinha risoto e essa foi sua escolha (adora arroz). Risoto de legumes, que eu cresci chamando de Arroz à Grega rsrs. Só faltaram as uvas passas. Meu pedido foi um tradicional Pork Gyros, claro. E para brindar nossa primeira noite em Santorini, uma cerveja local.

Seguimos até a Caldeira para algumas fotos noturnas e retornamos ao hotel.