Chapada dos Guimarães/MT.
Dia 03/03/2014: Nesta segunda-feira de Carnaval fomos conhecer a caverna Aroe Jari, a maior caverna de arenito do Brasil. O horário marcado para sairmos foi 9h30min. Novamente achei meio tarde, mas…
Enquanto esperamos pela guia, ficamos brincando com um cachorrinho que apareceu na pousada, chamado Toddy.


A caverna fica numa propriedade particular, no município vizinho de Campo Verde. São 30 minutos de carro pela rodovia mais 30 minutos em estrada de terra até o restaurante, onde é feito o cadastro dos visitantes. O proprietário cobra uma taxa de R$ 30,00 por pessoa para visitação. Além da caverna Aroe Jari, tem a caverna Kiogo Brado e a Lagoa Azul. A trilha tem aproximadamente 12km.

Para a entrada nas cavernas é necessário o uso de perneiras e possuir lanternas. O local aluga ambos os equipamentos, mas quando chegou a nossa vez de preencher os dados de entrada, não havia mais perneiras nem lanternas. Se tivéssemos chegado mais cedo…
O local também oferece o serviço de guias, para quem chega lá por conta própria.
A nossa guia conseguiu as perneiras necessárias para as 10 pessoas do grupo, mas apenas três lanternas para compartilharmos.
Antes de seguir para a trilha temos a opção de deixar encomendado o almoço: salada, arroz, feijão, farofa de banana e frango (frito ou ao molho) como mistura. Mas o bom mesmo, o mais famoso, é o feijão da Dona Deusa. Recomendado por todos. O almoço custa R$ 25,00 por pessoa, pagos antecipadamente. Assim como nos demais lugares, só aceita cartões de débito e a maquininha não estava funcionando. Aquele adesivo da Visa na placa da entrada é “pegadinha”. Dessa vez pagamos em dinheiro mesmo.

Até a caverna Aroe Jari caminhamos por aproximadamente 1h10min, com uma parada para fotos na Ponte de Pedra.




A trilha é em meio ao cerrado, e depois em mata com árvores maiores. As rochas no local, bem como a existência de areia bem fina nas trilhas nos remete a pensar que há muitos milhões de anos aquele lugar já foi mar.




Alguns riachos no caminho são atravessados através de pontes.



A chegada na caverna é surpreendente, pois sua entrada é bem ampla, e o acesso aos salões já é mais estreito.




Nós só avançamos até o primeiro salão (uns 200 m), pois a caverna estava alagada por conta das chuvas que caíram nos 10 dias que antecederam o Carnaval. Em época de seca, é possível chegar até o Salão Dourado, percorrendo quase 1500 m dentro da caverna. Interessante que o solo é plano, sem rochas, arenoso. E o teto é alto, bem diferente das cavernas que vistamos em Ribeirão Grande/SP.
Aroe Jari significa Morada das Almas na linguagem dos índios Bororo, pois era o local de sacrifícios humanos ou ritual de passagem dos índios mortos.
Saindo da caverna caminhamos mais um pouco até chegarmos ao salão que fica aos fundos da caverna. Nem todos do grupo quiseram entrar, então nossa guia ficou com o pessoal e quem quis descer seguiu com outro guia que estava por ali. Eu fui! Pensei que entraríamos pouco neste salão, mas acho que andamos uns 200 metros ou mais, pois ficamos bem distante da entrada da caverna. Como não tínhamos lanternas, dependemos das lanternas das pessoas do outro grupo. Lá no fundo da caverna, todos apagaram as lanternas e ficamos quietos “ouvindo o silêncio” da caverna. Bem legal.



Depois pegamos a trilha novamente até chegar à Lagoa Azul. Na trilha passamos por uma pedra que parece que foi cuidadosamente colocada sobre outra, com três pontos de apoio.


Atrás de nós um tempo de chuva começava a se formar, o que prejudicou um pouco para enxergarmos a beleza azul da lagoa, que necessita da luz do sol para ficar mais azul. O banho é proibido na Lagoa Azul, pois faz com que os componentes depositados no fundo da lagoa se movimentem junto com a areia ao redor, acabando com a beleza do lugar.



Durante a contemplação do lugar começou a chover. Do nosso grupo, apenas um casal (e a guia) possuía capas de chuva. E daí? Vamos com chuva mesmo! Na Serra do Cipó andamos 16 km com chuva e garoa. O pessoal demorou um pouco para topar a ideia. Nesse meio tempo em que esperamos a decisão do grupo, nossa guia soube que outra guia havia chamado um trator para levar o pessoal dela de volta ao restaurante, e incluiu nosso grupo nesse “transfer”. Por mim iríamos caminhando, mas…

Seguimos caminhando sob chuva até a caverna Kiogo Brado. Até que estava bom. Já na caverna, cujo nome significa Ninhal de Aves, tem uns pallets que servem como plataforma para caminharmos sem afetar o solo da caverna.



A caverna é estreita e bem alta, e passamos por dentro dela para sairmos do outro lado. Ao final, existem muitas rochas caídas, provavelmente que se soltaram do teto.





Neste momento já não chovia mais. Nossa guia disse que com o terreno molhado, demoraríamos mais de uma hora e meia para chegarmos de volta ao restaurante. E ainda tínhamos que visitar uma cachoeira e um mirante. Diante deste fato, esperamos pelo trator, que chegou onde estávamos às 15h.





Quando chegamos ao restaurante, vimos que um grupo que optou por voltar caminhando já estava almoçando. Hum.. Alguém não estava muito a fim de caminhar…
O almoço é no estilo self-service, podendo repetir. Realmente o feijãozinho estava muito bom.


Descansamos um pouco no redário e seguimos de carro para a Cachoeira do Almiscar, ainda dentro da mesma propriedade. O casal que estava conosco no carro se refrescou nas águas da cachoeira; nós optamos apenas por fotografar o local.


No caminho de volta para a pousada ainda paramos no mirante do Centro Geodésico: local que indica uma posição cartográfica precisa, neste caso, o ponto equidistante entre o Oceano Atlântico e o Pacífico (centro da América do Sul). Na verdade, o centro geodésico fica na cidade de Cuiabá, mas como neste local é possível ter uma visão pelo alto da planície pantaneira e até da própria Cuiabá, a mística diz que ali é o centro. A vista é bonita, ainda mais no entardecer. Dizem que havia um monumento indicando o centro geodésico, mas foi vandalizado e só sobrou um pedaço de cimento no chão, quase escondido.



Nosso dia terminou no mercado, para comprar mantimentos para os próximos dias. Nem saímos para jantar, visto que almoçamos às 16h30min.