Domingo, 15/03/2020 – Férias na Argentina.
Com nossa bagagem arrumada na noite anterior, descemos para o nosso último café da manhã em Ushuaia sem correria ou demais preocupações. No horário combinado, nosso transfer ao aeroporto nos buscaria no hostal.
Na hora de irmos embora soubemos pelo recepcionista do Hostal Malvinas que o Parque Nacional da Terra do Fogo estaria fechado a partir de hoje, provavelmente por causa de um novo vírus (que vocês já sabem qual é) que estava começando a causar uma certa apreensão na América do Sul.
Quem nos levou até o aeroporto foi o Javier, o mesmo motorista que fez o passeio aos lagos Fagnano e Escondido. Ele nos disse que todos os Parques Nacionais da Argentina haviam sido fechados pelo governo. Ele estava um tanto quanto incomodado com isso, pois os passeios seriam cancelados (e seu salário, comissões, gorjetas reduzidos).
Um pouco antes de deixamos o hostal recebemos um e-mail da agência Patagonia Chic de El Calafate confirmando o passeio do dia seguinte no Glacial Perito Moreno (que também é fica em um parque nacional). Esperamos que mantenham.
Nosso voo decolou com dez minutos de antecedência, às 11:15h. A comissária informou que o serviço de bordo estava suspenso devido aos novos protocolos sanitários de segurança.
O tempo de voo foi bem curto, menos de uma hora. Pousamos em El Calafate às 12:15h.
No saguão do aeroporto, procuramos pelo guichê da empresa Ves Patagonia para a contratação do transfer para o hotel. Ida e volta custou 700 pesos por pessoa. Pagamos em dólares e recebemos o troco em pesos (foi bom porque estávamos quase sem nada).
Fora do aeroporto, enquanto aguardávamos o horário do transfer, ouvimos pessoas comentando que os Parques estavam fechados, e que as agências estavam levando os clientes até aos Parques e, por estarem fechados, alegavam que fizeram a parte delas para não devolverem o dinheiro.
O clima de ausência de preocupações durante nosso café da manhã em Ushuaia começou a mudar para uma certa ansiedade.
El Calafate, em Santa Cruz, é uma cidade bem árida, apesar do grande Lago Argentino (maior e o mais austral dos grandes lagos patagônicos da Argentina) que há na cidade.
A vegetação, no geral, é de plantas rasteiras. No centro da cidade há bem mais árvores. Pelo que percebemos durante o trajeto ao hotel, o asfalto só está presente nas vias principais do centro.
Escolhemos o Hotel Amado, que fica bem no centro e perto de tudo. Ficamos em um quarto com janela para os fundos.
Assim que nos instalamos e conectamos no wi-fi do hotel (cujo sinal era bem fraco no quarto onde estávamos), verifiquei a chegada de outro e-mail da agência Patagonia Chic, informando que o governo Argentino havia decretado o fechamento de todos os Parques Nacionais do país.
Com isso, nossa caminhada no Glacial Perito Moreno (demais passeios na área do Parque Nacional Los Glaciares) não poderia ser realizada.
A opção dada pela agência foi remarcar todos os passeios com prazo de um ano; escolher outros passeios fora de Parques Nacionais; ou a devolução do valor pago.
Respondemos que estávamos chegando na cidade naquele momento, e que iríamos até a agência para conversamos pessoalmente.
No site dos Parques da Argentina não havia um informativo sequer sobre o fechamento. Tampouco nos sites das agências havia notícias. A situação era nebulosa para todos: empresas de turismo, governo, turistas.
Porém, antes de seguirmos á agência, paramos para almoçar.
Próximo ao Hotel Amado havia um restaurante chamado La Lechuzita, com um cartaz na entrada indicando um menu do dia servindo pollo a la portuguesa com purê de batatas. Paramos ali mesmo.
Enquanto comemos conversamos sobre as opções que a agência nos ofereceu.
Quando chegamos à agência, a moça que nos atendeu foi bastante prestativa, mostrando todos os passeios que eles tinham disponíveis e que eram operados fora de Parques Nacionais, logo, poderiam ser comercializados, e reafirmou a opção de reembolso ou remarcação.
Optamos por trocar os passeios por três outros, ficando um saldo a ser reembolsado no cartão devido a diferença de valores. Já estávamos lá mesmo… a opção de reembolso total nos deixaria sem atividade nenhuma na cidade.
Três dias num quarto de hotel não dá.
Pensamos “quem sabe em alguns dias os Parque são reabertos…”.
Com isso, deixamos de fazer os passeios “Minitrekking sobre el Perito Moreno, Chaltén full day: Trekking y Almuerzo, Todo Glaciares: Upsala” e incluímos em nosso roteiro os passeios “Balcones de Calafate 4×4, Nativo Experience: Lagos y Cavernas e Bosque Petrificado La Leona”.
Na parte da tarde demos um rolê pela avenida principal e depois ficamos no hotel descansando um pouco (e procurando alguma informação na internet e noticiários da TV), saindo para jantar ao anoitecer.
Os preços em El Calafate são ligeiramente mais caros do que em Ushuaia. As milanesas variávam de 500 a 540 pesos argentinos; bife de chorizo com batatas na faixa de 800 pesos, preços no La Lechuzita (mar/20).
Encontramos um local para jantar com preços bons, chamado Pietro’s.
Pedimos uma milanesa a cavalo (com dois ovos sem batata frita) e uma meia pizza muçarela (4 fatias). Teve copierto mas não foi cobrado. Na conta é sugerido deixar 10% de serviço.
Fechamos o dia um tanto decepcionados com o cancelamento dos passeios, mas um tanto contentes por termos encontrados passeios substitutos.
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