Quarta-feira, 11/03/2020 – Férias na Argentina.
A quarta-feira amanheceu com o céu repleto de nuvens, e havia previsão de chuva.
Nosso passeio, chamado Lago Escondido e Fagnano 4×4, agendado para sair às 8:45h, atrasou um pouco, mas a Emiliana da Best Tour Patagonia havia mandado um Zap avisando.
Tomamos nosso café da manhã tranquilamento e em seguida ficamos na calçada, sentados em um banco de ferro que tem em frente ao Hostal Malvinas, curtindo o frescor do clima de Ushuaia e esperando por nosso transporte.
Aproximadamente às 9:10h uma caminhonete encostou do outro lado da rua, e o motorista, Javier, perguntou por nós. Nos identificamos e entramos no veículo, que já estava com um casal de brasileiros.
Um pouco de história
O Javier passou algumas orientações básicas do passeio e também algumas informações turísticas e sobre Ushuaia, enquato saímos da cidade
A cidade de Usuaia tem apenas 80 mil habitantes em seus 18km quadrados. Só há 3 linhas de ônibus. Contou-nos também sobre a história do presídio (fez uma breve parada em frente a ele) e sua ligação com a origem da cidade.
Javier disse também que Ushuaia é uma zona franca, e as indústrias ali são basicamente para montagem de eletroeletrônicos.
Navios que queiram entrar no Canal Beagle precisam de autorização de Argentina e Chile, pois o canal pertence aos dois países.
Mirante del Valle Carbajal
Pegamos a estrada chamada Ruta N3, sentido Buenos Aires (que está muito longe mesmo), fazendo nossa primeira parada no Cerro Carbajal, mais ou menos às 9:45h.
Estacionamos no acostamento e seguimos para uma escadaria de madeira, que dava acesso ao Mirador del Valle Carbajal, de onde avistamos todo o vale o obtivemos informações sobre o mesmo em um painel informativo.
Huskys siberianos
A próxima parada foi num local onde, no invernos, oferecem passeios de trenós puxados por cães, chamado Siberianos del Fuego. Chegamos ali por volta de 10:10h.
Um funcionário do local nos passou explicações sobre como os cães são criados e treinados, e também sobre os passeios oferecidos e algumas competições das quais eles participam.
Ficamos pouco tempo ao ar livre porque estava garoando. Tiramos algumas fotos do local e dos cães e depois fomos para uma cabana. Lá dentro, tomamos um chocolate quente e comemos uns bolinhos, enquanto assistíamos um vídeo com os passeios do local.
Mirador Paso Garibaldi
Seguimos caminho e por volta das 11:25h chegamos ao Mirador Paso Garibaldi, mas não dava para ver muita coisa. Quase nada na verdade, pois estava com muita neblina e garoando forte, então nem chegamos a descer da caminhonete.
Deste mirante seria possível ver os Lagos Escondido e Fagnano. Na volta para a cidade, se o tempo estivesse bom, faríamos a parada. Ainda assim pedi para descer bem rápido e fazer umas fotos.
Lago Escondido
A partir deste ponto deixamos a Ruta N3 asfaltada e seguimos pela antiga Ruta N3, ativando o modo 4×4 do passeio, seguindo por uma estradinha bem sinuosa que começa bem ao lado do Mirante Paso Garibaldi, até chegarmos ao Lago Escondido.
O clima realmente não estava colaborando. Por conta da chuvinha fina e constante que caía, tiramos apenas algumas fotos da paisagem acinzentada, sem possibilidade de curtirmos a beleza do lafo e do bosque que o cerca.
Próximo à margem do Lago Escondido tem um hotel e cabanas abandonados há cerca de 8 anos. Era uma estrutura de lazer estatal. O Javier, nosso motorista-guia, contou alguma coisa sobre a desativação do local, mas não memorizamos essa parte.
Lago Fagnano
Seguimos para a última atração do passeio, o Lago Fagnano. No caminho, por volta de 12:20h fizemos uma parada no restaurante La Casona para deixar reservado nosso almoço.
A nossa escolha poderia ser entre truta, milanesa (bife bovino), guisado de cordeiro, massa, churrasco, frango grelhado. Como entrada as opções eram choripan (pão com linguiça) ou empanadas. E de sobremesa, flan ou pudim de pão.
Depois fomos para uma estrada bem irregular e embarreada, passando por áreas de extração de madeira, onde também levam o gado para protege-los no período de neve.
Vimos também as castoreiras – diques construídos pelos castores, as madrigueiras (toca dos castores) e a devastação por eles deixada. Eles derrubam todas as árvores!
Os castores não são nativos da Argentina. Foram trazidos do Canadá para servirem de matéria prima para casacos de pele. Como o clima, apesar de frio, é diferente, a qualidade da pele não era a mesma, então abandonaram a ideia, soltando os animaizinhos.
Então eles procriaram, procriaram e procriaram. E, diferente do Canadá, em Ushuaia eles não tinham predadores naturais. Viraram uma praga, destruindo diversas florestas.
O Javier parou o carro ao lado de um pé de calafate, para provarmos.
Chegando ao Lago Fagnano conseguimos fazer algumas fotos sem chuva, mas a paisagem ainda estava toda cinza.
O almoço
Terminada a seção de fotos, seguimos direto para o restaurante para almoçarmos.
Dona Patroa foi de truta e eu pedi a milanesa, acompanhado de vinho Argentino, nacional para eles rs.
Ficamos um bom tempo ali ouvindo as histórias do Javier e também conversando com o casal de brasileiros.
Satisfeitos, pegamos a estrada de volta para Ushuaia, onde chegamos ao hostal mais ou menos às 16:10h. Nem paramos no Mirador Paso Garibaldi, porque o clima estava tão ruim quanto na ida.
Galeria de História Fueguina
Fechamos o dia conhecendo a Galeria de História Fueguina, local onde passamos em frente no dia anterior.
Começamos o tour autoguiado pelo segundo piso, onde assistimos um vídeo-documentário de 15 minutos sobre a descoberta e povoamento de Ushuaia.
A Terra do Fogo teve na antiguidade três grupos indígenas: os Shelknam (ou Onas), que localizavam-se desde a cordilheira ao norte da ilha da Terra do Fogo; os Haush, que habitaram o extremo leste da Grande Ilha da Terra do Fogo, conhecida atualmente como Península Mitre, e os Yámanas (ou Yagán), que eram povos nômades marinhos que viviam nas margens do Canal Beagle até o Cabo Horn.
A galeria reproduz em mais de 90 bonecos de cera de tamanho real os principais fatos da história fueguina, com explicação em áudio-guia em português. No final, o fone de ouvido fica de presente.
O tenente Robert FitzRoy, um jovem aristocrata de apenas 23 anos de idade, fez o levantamento hidrográfico das costas desoladas da Terra do Fogo, assumindo o navio HSM Beagle após o capitão Pringle Stokes ter se suicidado após uma depressão profunda.
Tiveram contato com os índios e, ao final da expedição, quatro índios (uma menina e três meninos) embarcaram no HSB Beagle junto com o capitão, que decidiu levá-los para a Inglaterra para transformá-los em “gente civilizada e cristã”.
Em seu retorno para a Terra do Fogo, o HSM Beagle trouxe o grupo indígena de volta, e junto deles um jovem naturalista chamado Charles Darwin.
O desenvolvimento de Ushuaia decorreu da instalação de um presídio que começou a ser construído em 1902, destinado inicialmente a presos militares e depois para todos os tipos mais perigosos de criminosos.
O mais famoso foi Cayetano Santos Godinho, apelidado de Baixinho Orelhudo, serial killer que iniciou seus crimes hediondos aos sete anos de idade.
O escocês Ernest Shackleton gravou seu nome na história de Ushuaia ao empreender expedições na Antártida.
Certa vez, ele teve que abandonar seu barco que havia emperrado no gelo e continuar andando de trenó, consumindo as poucas provisões que tinha, que no final das contas incluíam os próprios cães.
No térreo tem uma grande loja de souvenir, e um jardim com mais algumas estátuas.
Por causa da chuva que não deu uma trégua o dia todo, e com a previsão de chuva para a sexta-feira (13), dia do nosso passeio para a Lagoa Esmeralda, questionamos as meninas da agência Cumelen Tours pelo Zap (usando um sinal de wifi grátis em frente a sorveteria Freddo na Av. San Martin) se o passeio era viável mesmo com tempo chuvoso.
Também perguntamos se daria para fazer o passeio com tênis impermeável. Lemos que mesmo sem chuva tem trechos de pântano e muita turfa. Ela recomendou alugar botas na loja Popper Sport, perto da agência.
Passamos lá para ver como funcionava o aluguel e o custo. A diária é de 495 pesos o par, e podemos pegar no dia anterior ao trekking, retirando as botas após às 16h. A loja abre até meio-dia e depois das 16h até às 21h.
Para o jantar
Caminhamos pela Av. San Martin procurando algum lugar para comer, mas não queríamos nada pesado. Algum lanche ou empanada, talvez.
Encontramos um local que só faz delivery, na própria rua do hostal (Gdor. Deloqui). Seis empanadas por 300 pesos. Pegamos duas de cada sabor: carne, frango e presunto e queijo.
No Hostal, perguntamos se poderíamos comer ali nas mesinhas onde tomamos o café da manhã, e o Gustavo da recepção disse que não, pois se abrisse exceção, viraria bagunça, então comemos no quarto mesmo.
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