Ubatuba/SP
Ubatuba, litoral norte de São Paulo, distante 250 km da capital, formada por mais de cem praias (contando com as praias das ilhas) sendo as mais conhecidas: Maranduba, Itamambuca, Lázaro, Vermelha, Grande, Enseada, Perequê e Saco da Ribeira. Também possui algumas ilhas, como a Ilha Anchieta, que abriga um presídio desativado, que no passado foi utilizado para manter presos políticos.
Algumas praias são bem isoladas, sendo alcançadas somente através de embarcações ou por trilhas. Aqui está nossa aventura. A trilha (ou travessia) das Sete Praias. A diferença entre trilha e travessia é que normalmente uma trilha tem início e fim no mesmo ponto, enquanto a travessia inicia em um ponto e termina em outro.
Veja aqui a relação de praias de Ubatuba.
Para este passeio, contratamos uma agência para nos guiar. O leitor amigo pode perguntar “E essa história de turismo independente, não gostar de excursão, como fica?”. Pois é. Somos adeptos do turismo independente e não do turismo irresponsável. Verificamos na internet a possibilidade de fazer a trilha por conta própria. É possível, mas não existe muita sinalização (eu diria nenhuma) na trilha. Julgamos ser mais sensato um passeio guiado. Além do mais, por se tratar de uma travessia, precisaríamos de alguém que nos deixasse no ponto de partida e fosse nos buscar no final da trilha. Do contrário, teríamos que caminhar de volta ao ponto inicial, e o passeio não seria possível num único dia.
Essa foi nossa primeira trilha feita no litoral e ficamos com dúvidas sobre a vestimenta apropriada. Para não ficar com o corpo todo marcado, optamos por usar calça de trilha, tênis, camiseta DryFit manga comprida e chapéu. Na mochila levamos uma toalha de banho, uma toalha de rosto, protetor solar, repelente de insetos e bastante água. Apesar de a agência fornecer um lanche de trilha, também levamos uma fruta e alguns biscoitos.
Em outra mochila deixamos uma troca de roupa, para não subir a serra com a roupa toda suja e úmida. Como possivelmente não haveria local para banho, levamos uma embalagem de lenços umedecidos para quebrar o galho na higiene. Essa mochila ficou na van da agência.
O ponto de encontro para início do passeio foi na Estação Vergueiro do Metrô, às 6h da manhã do sábado, dia 08/02. Saímos de casa por volta das 4h30min chegando a São Paulo às 6h15min. Deixamos o carro em um estacionamento 24 horas perto da estação. A agência ofereceu o serviço de transfer desde Campinas, mas o preço estava um pouco salgado.
Logo após a identificação de todos os passageiros, montamos na van e seguimos para Ubatuba. Fizemos uma parada estratégica no Frango Assado perto da Rod. Tamoios para o café da manhã, onde permanecemos por 50 minutos (era para ser 30min, mas atrasou um pouco).
Depois pegamos um trânsito intenso na descida da serra. A Rod. Tamoios foi duplicada recentemente no trecho planalto, mas no trecho de serra continua ruim: uma faixa para descer e duas para subir. Não havia quase ninguém subindo, mas muita gente descendo. Custava a Polícia Rodoviária fazer uma ‘Operação Descida’? Eles tiveram essa ideia quando chegamos em Caraguatatuba, perto das 11h30min. Para nós já não adiantava muito.
Em Caraguá, embarcou conosco na van a Mariane, guia local que nos levaria para o passeio com os demais guias. Fizemos uma última parada num posto de serviços para o pessoal comprar água, trocar de roupa etc e logo chegamos ao nosso ponto de partida, a praia da Lagoinha.
Ao descermos da van, cada um recebeu seu lanche de trilha. Pegamos as tralhas e seguimos para a praia. Foi engraçado ver a cara dos banhistas olhando para nós. Eles com roupas de banho e nós de tênis, calça e camiseta. Assim que passamos o Rio Lagoinha paramos para fazer o alongamento (imprescindível) e para a apresentação do grupo (só agora? rsrs).
Iniciamos a trilha com destino a Praia do Oeste, nossa primeira parada, aproximadamente às 13h. A trilha foi feita por entre as árvores, quase sempre caminhando pela sombra. Não ficaríamos muito tempo em cada praia, apenas o suficiente para um mergulho. A parada maior seria na Praia Grande do Bonete, onde também aproveitaríamos a parada para o almoço (lanche).
A segunda parada foi na Praia do Perez, onde também ficamos tempo suficiente pra um breve banho de mar, e depois na Praia do Bonete (ou Bonetinho).
Todas elas até agora com águas límpidas, sem ondas, sem muitas pessoas na areia, sem sujeira. Óbvio que alguns energúmenos deixam seus rastros de falta de educação tanto na trilha quanto na praia. Leve sempre uma sacolinha para guardar o seu lixo, e se possível, recolha o lixo que encontrar na trilha. A natureza agradece.
Na Praia Grande do Bonete ficamos em torno de uma hora, curtindo o mar e também lanchando debaixo da sobra das árvores. Nesta praia havia um pouco mais de ondas.
Durante a trilha, não lembro entre quais praias, havia algum trecho de subida que vou contar, cansou pra caramba. Em compensação, a paisagem que nós encontrávamos após tanto subir era maravilhosa.
Na Praia do Cedro também ficamos um pouco a mais do que nas demais. De lá seguimos para a Praia Deserta. Havia uma trecho de rochas bem legal para fotos
Como ainda estava claro e o povo animado, ao invés de irmos direto para a Praia da Fortaleza nós seguimos para o Pontão (ou Costão) da Fortaleza, um braço rochoso que avança no mar. Algumas pessoas praticam escalada nas rochas. O lugar é muito bonito para fotos.
Para finalizar o passeio, caminhamos até a Praia da Fortaleza onde ficamos até escurecer, por volta das 19h30min, curtindo o mar calmo desta praia.
Após uma breve caminhada, chegamos onde estava estacionada a van nos aguardando. Como não havia local para banho, fizemos nossa troca de roupa dentro da van, separando meninos e meninas, claro.
Pegamos a estrada por volta de 20h45min. Deixamos a guia Mariane em Caraguatatuba e subimos a serra, parando novamente no Frango Assado para uma rápida refeição, banheiro, etc. Nossa chegada em São Paulo ocorreu 1h10min. Nos despedimos do grupo e seguimos para o estacionamento para pegar nosso carro e seguir para casa. Depois de quase 24 horas acordados, chegamos em casa para, finalmente, tomar um bom banho e descansar.
Uma super aventura, altamente recomendada.
Amo fazer caminhadas, mais do que simples caminhadas, travessias. Ai está uma sutil porém importante diferença. A Travessia. Você caminha e vai descobrindo lugares mágicos, esses que justamente estão mais distantes. Seu relato Danilo, é perfeito além de motivador para os preguiçosos. Foi um prazer fazer essa Travessia com vocês. Abs.
Em novembro gostaria de fazer esta trilha das sete praias ,tem um guia nativo que fale ingles?
Vou me hospedar no Nucleo Santa Virginia e fazer primeiro a trilha das cachoeiras e depois quero fazer a trilha das sete praias.Minha cunhada é brasileira e me disse que esse turismo independente é muito bom no litoral norte de São Paulo.O problema do brasileiro é pensar que todo europeu é milhonario,na verdade viajamos estilo muchilão!
Olá Rico.
Obrigado pela visita ao blog.
Bom, sobre o guia que fale inglês, você pode fazer contato com o pessoal da agencia Pisa Trekking (www.pisa.tur.br), ou falar com a guia local que nos acompanhou na travessia,a Mariane Checon. Sei que ela fala italiano. Adicione-a no Facebook e veja se ela também tem fluência no Inglês.
Espero ter ajudado.
Boas Viagens!!